Revista Indústria Brasileira - Fevereiro 2022

Pesquisa da CNI, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa em 2021, mostra que, do total de empresas industriais de médio e grande portes, 88% promoveram alguma inovação durante a pandemia de Covid-19 como for- ma de buscar soluções para a crise impos- ta pelo contexto sanitário. A pesquisa ouviu 500 executivos de 500 grandes e médias em- presas industriais. Do total de empresas ouvidas, 80% regis- traram ganhos de produtividade, competiti- vidade e lucratividade decorrentes de inova- ções. Outras 5% tiveram dois desses ganhos, e 2%, apenas um. Apenas 1% das indústrias brasileiras inovou e não viu nenhum incre- mento em seus resultados. Os dados mos- tram que somente 12% dos executivos en- trevistados disseram que suas empresas não inovaram durante a pandemia. Conforme a pesquisa, 51% das empresas não têm um se- tor específico e 63% não têm orçamento re- servado para inovação. Além disso, 65% não dispõem de profissionais exclusivamente de- dicados a inovar. VISÃO DE FUTURO Uma das empresas que investiram em inovação para enfrentar a crise provocada pela pandemia foi a Rebran, fabricante de lacres de segurança. Localizada em São Pau- lo, a empresa registrou um crescimento de 37% nos lucros em 2021, depois de investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação dos seus produtos. Também foram contra- tados cinco novos funcionários, adquiridas duas máquinas de gravação a laser e reali- zados cursos de capacitação. “É fundamen- tal que a empresa tenha uma visão de fu- turo, o que obrigatoriamente exigirá uma cultura de inovação”, afirma Marcello Tor- res, sócio-diretor. Torres diz que a inovação é um dos pi- lares da empresa. “Assim, ganhamos com- petitividade, com custos mais baixos, e al- cançamos novos mercados”, comenta. Todo início de ano, a empresa faz um workshop para definir as diretrizes e metas a serem to- madas e alcançadas, tendo como ponto de partida o que não foi satisfatório no ano an- terior. Esse processo inclui, ainda, reuniões mensais de monitoramento dos resultados. A presidente do Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação, Ingrid Pao- la Stoeckicht, argumenta que é preciso sim- plificar esse tema para os colaboradores. “Quando você fala em cultura de inovação, em implementar a inovação, muitos gesto- res não entendem como funciona essa di- nâmica. As próprias lideranças não enten- dem como funciona e muitos ainda têm a ideia de que a inovação é só para as gran- des ou médias”, afirma. “Temos que simpli- ficar essa equação: inovação trata de coisas que já acontecem no dia a dia. São melho- rias em processos, em produtos, nos ser- viços e nos modelos que estamos adotan- do”, discorre ela. A presidente da entidade sugere, por exemplo, reuniões semanais ou mensais nas quais os colaboradores possam com- partilhar dificuldades do dia a dia e ter es- paço para propor soluções. “Isso não preci- sa ser fechado necessariamente à equipe de “ “Na pandemia, a ficha caiu. Aquelas empresas que estavam totalmente alheias à inovação ou morreram ou perderam muito” ▲ Ingrid Paola Stoeckicht presidente do Instituto acional de Empreendedorismo e Inovação 13 Revista Indústria Brasileira

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