Revista Indústria Brasileira - Fevereiro 2022

um setor, para contarmos com diferentes perfis, formações e perspectivas, que enri- quecem as discussões sobre como resolver desafios do dia a dia e implementar melho- rias no processo de produção”. DIFICULDADES PARA INOVAR A pesquisa da CNI mostra, ainda, que as principais causas da dificuldade em inovar durante a pandemia são acesso a recursos financeiros de fontes externas (19%), a ins- tabilidade do cenário externo (8%), a con- tratação de profissionais (7%), a falta de mão de obra qualificada (8%) e o orçamen- to da empresa (6%). Os dados mostram, também, que ape- nas uma em cada quatro empresas man- tém algum programa ou estratégia de ino- vação aberta, índice que chega a um terço no caso de grandes indústrias. Os executi- vos afirmaram que a relação com o cliente e os processos são os itens prioritários para a empresa inovar no pós-pandemia, cada um com 18% de menções. Conforme os entrevistados, a pandemia acelerou importantes processos de inova- ção dentro das empresas – 84% das grandes e médias afirmam que terão que investir em inovação para crescerem ou se manterem no mercado. As médias empresas são as que mais sentem essa necessidade de avançar em ações estratégicas: 85% delas responde- ram que terão que inovar mais, contra 80% entre as grandes. Além de ter a cultura da inovação pre- sente nas empresas, Victor Santos, da Óti- ma Inteligência e Inovação, destaca outro fator relevante para quem conseguiu me- lhorar seus resultados na pandemia: agili- dade. “A empresa que já tinha uma cultura de adaptação e agilidade, que já tem isso no DNA, teve essa facilidade porque precisou mudar muito rápido. Empresas que faziam bombas começaram a fazer respiradores; empresas que faziam algum fluido quími- co qualquer começaram a fazer álcool em gel”, comenta ele. A pesquisa mostra que as empresas con- sideram como prioridades, até 2024, am- pliar o volume de vendas (49%), produzir com menos custos (49%), produzir com mais eficiência (41%), ampliar o volume de produção (34%) e fabricar novos produtos (27%). Para isso, entre os setores nos quais as indústrias consideram mais importante inovar estão o de relação com o consumi- dor (36%), o setor de processos (35%) e o de produção (31%). A adoção de novos sistemas de trabalho durante a pandemia reforça a importância de a indústria manter o foco na inovação. Conforme o levantamento da CNI, seis em cada 10 empresas implementaram sistemas de segurança da informação e 63% investi- ram em ferramentas de automação. “Na pandemia, a ficha caiu. O que a gente verificou foi que, antes da pandemia, aque- las empresas que já estavam conectadas com a importância de se inovar reagiram de uma ▶ Segundo Pedro Wongtschowski (Ultrapar), o ano eleitoral pode dificultar a recuperação econômica das empresas brasileiras 14 Revista Indústria Brasileira ▶ fevereiro 2022 ▼ Capa

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