Revista Indústria Brasileira - Novembro/2021

É o caso de Marcia Eduarda Ravadelli, 18 anos, estudante do 3º ano do SESI/SENAI de Florianópolis: “Eu gosto muito da metodolo- gia, porque incentiva a gente a ser mais au- todidata. Não estamos só recebendo a infor- mação, temos que ir atrás dela também, o que estimula nossa criatividade e desperta maior interesse”, conta a jovem. Marcia acredita que o Novo Ensino Mé- dio abre mais possibilidades ao ajudar o es- tudante a se descobrir profissionalmente. Ela também faz o curso profissional de De- senvolvimento de Sistemas. “Aprendi a me comunicar melhor, a trabalhar em grupo e a organizar meu tempo. Além disso, sempre quis trabalhar com tecnologia, mas eu não sabia nem por onde começar, e a escola me ajudou a decidir”, destaca Marcia. FORMAÇÃO PARA A VIDA O Novo Ensino Médio foi pensado para preparar melhor os jovens para os desafios e as demandas do mercado de trabalho. Nes- se sentido, proporciona questionamentos e autoconhecimento e favorece as escolhas dos próprios estudantes ao focar o desenvol- vimento de competências e habilidades com disciplinas integradas em diferentes áreas. Segundo o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, que também é diretor-superinten- dente do SESI, hoje a escola prepara exclusi- vamente para os exames de ingresso na uni- versidade, sendo que o acesso dos jovens de 18 a 24 anos ao ensino superior ainda é mui- to restrito, abarcando apenas 23,8% dessa faixa etária. “O Novo Ensino Médio e a for- mação profissional surgem nesse contexto para dar identidade social ao estudante que não ingressa direto no ensino superior, mas que deseja ou precisa entrar no mercado de trabalho e não consegue por não ter quali- ficação”, defende. A pesquisa do SESI e do SENAI mos- tra, ainda, que 83% concordam totalmen- te ou em parte com que, com o Novo Ensi- no Médio, as escolas brasileiras formarão jovens mais preparados para os desafios e as demandas do atual mercado de traba- lho. Além disso, 76% concordam totalmen- te ou em parte com que o modelo contri- buirá para um maior interesse dos jovens em ir à escola e se manter nela. O estudante Eduardo Garcia Nunes Rosa, de 15 anos, está no 2º ano do ensino mé- dio regular da escola SESI Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (PA). Ape- sar de gostar das aulas, ele conta que elas ainda são direcionadas para provas como as do Enem. “Acho que devíamos aprender coisas do dia a dia, como o que é IPTU, a falar em público ou até sobre como sacar dinheiro, coisas que vamos usar em toda a vida, sabe?”, argumenta Eduardo, que pre- tende entrar na faculdade de Engenharia de Controle e Automação e trabalhar em indústrias do Brasil ou do exterior. Dentre os estudantes ouvidos pela pes- quisa, 84% dizem ter interesse na educação profissional e 91% pretendem cursar ensino superior. A baiana Maria Clara Cabral, de 17 anos, por exemplo, já planeja estudar Enge- nharia de Produção na universidade. ▶ Maria Clara Cabral, 17 anos, faz curso profissional em Petroquímica e pretende ingressar numa faculdade de Engenharia de Produção 44 Revista Indústria Brasileira ▶ novembro 2021 ▼ SESI/SENAI/IEL

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