Revista Indústria Brasileira - Novembro/2021

ambiciosas – como reduzir 40% de nossas emissões ao longo dos próximos dez anos e buscar uma rota de neutralização para o carbono em 2050”, afirma Leandro Faria, gerente-geral de sustentabilidade da Com- panhia Brasileira do Alumínio. Marcel da Costa Siqueira, gerente do Pro- grama Nacional de Conservação de Energia e Eficiência Energética da Eletrobras (Pro- cel), destaca que a indústria é uma grande parceira na redução do consumo de energia. “Entre os resultados do Procel, há boas dimi- nuições estruturadas de consumo ao longo dos últimos anos, como, em 2020, a redução de 22 bilhões de quilowatts, o equivalente a mil toneladas de CO 2 anuais. Trabalhamos para inserir uma cultura de eficiência ener- gética nos processos produtivos do dia a dia da indústria”, detalha. APROVAÇÃO DA ONU O gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da ArcelorMittal , Bernardo Enne Corrêa da Silva, ressalta que o aço brasilei- ro é um produto 100% reciclável. “Dentro da economia circular, do carbono circular, tem possibilidade de ser infinitamente re- novável e utilizado dentro do processo”, ex- plica. Segundo ele, a empresa foi pioneira no desenvolvimento de projetos de meca- nismos limpos. “Fomos a primeira siderúr- gica a ter um projeto aprovado na Organiza- ção das Nações Unidas (ONU). O grupo tem a meta de reduzir emissões em 25% até 2030”, informa Bernardo. No painel, ao falar sobre inovação e in- dústria, Rosana Ribeiro, diretora da Malibu , destacou o uso de material reciclado na pro- dução de sapatos. Segundo ela, desde o iní- cio da empresa, em 2003, já havia a ideia de trabalhar com PVC reciclado. “Adquirimos PVC reciclado de pequenos recicladores do sul do Ceará, mas não era suficiente. Então, adquirimos tambémmercadorias de outros estados. Em 2021, transformamos 600 tone- ladas de PVC”, contou ela. Gerente-executivo de Iniciativas de Car- bono da Suzano , Julio Cesar Natalense afir- ma que a empresa abriga 1,5 milhão de hec- tares de florestas cultivadas e mais 1 milhão de hectares de florestas preservadas. “Na Su- zano, somos negativos em carbono – e te- mos a meta de remover 40 milhões de to- neladas de CO 2 da atmosfera até 2025. Para 2030, queremos promover a conexão entre mais de 500 mil hectares de remanescentes de vegetação e corredores ecológicos”, expli- ca. Segundo ele, isso permitirá o trânsito de animais e material biológico, promovendo um enriquecimento genético nos biomas da Mata Atlântica, do Cerrado e da Amazônia. Em posicionamento divulgado no dia 9 de novembro, a CNI se manifestou contra o desmatamento ilegal e em defesa de uma economia de baixa emissão de gases de efei- to estufa (GEE), além de haver reforçado a importância dos investimentos em inova- ção. No documento, a CNI informa que o Brasil, de um modo geral, e a indústria, es- pecificamente, “têm um desafio enorme de, por um lado, mostrar as suas boas práticas e servir de inspiração aos atores internacio- nais e, de outro, atrair negócios sustentáveis para a nação que tem por vocação protago- nizar o debate ambiental global”. Ainda durante a COP26, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou um aumento na meta de redução de ga- ses poluentes de 43% para 50% até 2030. O Brasil havia apresentado inicialmente uma meta de redução das emissões de 37% até 2025 e 43% até 2030, usando como base o ano de 2005. O governo brasileiro também anunciou a meta de zerar o desmatamento ilegal até 2028. ■ 21 Revista Indústria Brasileira

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