Revista Indústria Brasileira

narrativas, lógicas e prioridades que vão impactar processos industriais nos próxi- mos 10 anos”, analisou. “Os brasileiros são entusiastas da tec- nologia. Constato isso sempre que vou ao país, mas precisamos acreditar na ciên- cia”, pontuou, alertando que um dos maio- res obstáculos é a desigualdade social do Brasil, “muito séria e que precisa ser en- frentada”, segundo ele. Leonhard prevê que, em 2034, o mun- do estará no auge da impressão 3D, da In- ternet das Coisas, da realidade virtual, da biogenética, de sistemas inteligentes, da conexão total e do negócio verde, focado na sustentabilidade global. Segundo ele, o trabalho humano será concentrado tão somente no que a máquina não pode ofe- recer, a exemplo de intuição, compaixão, empatia, ética e imaginação. O futuro da indústria, para o palestrante, estará ba- seado na sustentabilidade da economia circular, ou seja, focado na redução, reu- tilização, recuperação e reciclagem de ma- teriais e energia. “A tecnologia reinventa a indústria a todo momento. Empresas já estão falan- do em adotar novos modelos de energia. Será uma grande mudança na cadeia de suprimentos. Esse é o bilhete para o fu- turo”, apostou. CASE DE SUCESSO Além das palestras e painéis, o ENAI reu- niu casos de empresas que representam ten- dências para novos negócios. A empresária Chris Gontijo, proprietária da Chris Gonti- jo Loungewear, única mulher entre todos os cases de sucesso, falou de sua trajetória na conquista de mercados internacionais. A empresa, que produz loungewear (pija- mas e camisolas que podem ser usados tam- bém fora de casa), além de lingeries, inovou em diversas frentes. Planejamento e criativi- dade aliaram-se a peças feitas à mão, durá- veis e de alta qualidade, dentro de práticas social e ambientalmente conscientes. “Isso tudo tem valor muito grande no exterior. A empresa começou de forma tímida, em 2006, com a confecção de lingeries pre- mium , até que, em 2016, resolveu inovar ao adotar o conceito de loungewear. “Na épo- ca, fui chamada de louca, porque era uma inovação grande”, brinca. Depois de pas- sar um ano entre cursos e treinamentos, a marca resolveu exportar. Em 2018, veio o primeiro feedback positivo quando um lo- jista da Dinamarca fez a recompra dos pro- dutos. “Ele se declarou muito satisfeito com todas as etapas da exportação. Para a gen- te, não existem fronteiras. Vamos enviar nossos produtos para onde tivermos que enviar”, afirmou a empresária, confiante. Apesar do sucesso do negócio, que au- mentou suas vendas inclusive durante a pandemia, Chris Gontijo lembra que ain- da hoje a situação é difícil para o peque- no empresário que quer exportar. “Nossas barreiras ainda são as burocráticas e tari- fárias”, lamentou. ■ ▶ A empresária Chris Gontijo explicou como lançou uma linha pijamas e camisolas para serem usados fora de casa com o conceito loungewear 33 Revista Indústria Brasileira

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