Revista Indústria Brasileira

como papel e celulose, nas quais o país é dos maiores produtores mundiais. Entre- tanto, a bioeconomia traz outros atrativos, como a valorização da marca da biodiversi- dade brasileira e a contribuição com a ima- gem internacional do país. BELEZA E CUIDADO Na indústria de cosméticos, um exem- plo é a Natura, uma das maiores no mun- do dentro do emergente mercado da bio- economia de alto valor agregado. Desde 2000, a empresa concebe produtos que se diferenciam pelo uso sustentável dos ati- vos da biodiversidade brasileira. A Natu- ra busca unir, numa mesma cadeia produ- tiva, a bioeconomia, a biodiversidade e o conhecimento tradicional das comunida- des da Amazônia, que estão na matriz de pesquisas de inovação feitas pela empre- sa em plena floresta. Usar produtos da Amazônica é também a base dos negócios da Natex, que produz preservativos masculinos a partir do látex extraído de seringais no Acre. Com 103 tra- balhadores diretamente contratados e 750 famílias cadastradas para o fornecimento do látex, a empresa produz, mensalmente, cerca de 5 milhões de unidades, vendidas integralmente para o Ministério da Saúde, segundo Emerson Feitoza da Silva, um dos sócios e presidente da indústria, que tem sede em Xapuri e atualmente funciona no formato de Parceria Público Privada (PPP). “Hoje estamos buscando, junto aos ór- gãos de controle, a regularização da linha comercial para poder exportar e comer- cializar nossos preservativos. Atualmente nosso preservativo ainda é de exclusivida- de do Ministério da Saúde”, diz Emerson Silva. A empresa aguarda a obtenção de licenças de produção comercial para au- mentar sua produção mensal em cerca de 3 milhões de unidades. “Teremos de bus- car mercado, mas já temos pré-contratos para distribuição de preservativos nas Re- giões Norte e Nordeste”, conta o empreen- dedor, entusiasmado com os novos passos rumo a uma nova e mais sustentável for- ma de produzir. TRANSFORMAÇÃO URBANA Mudanças rumo à sustentabilidade também estão em curso no meio urbano e ganharam um importante incentivo recen- te, com a assinatura do Termo de Compro- misso da Lata de Alumínio para Bebidas, pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e pelos presidentes da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas (Abra- latas), Cátilo Cândido, e da Associação Bra- sileira do Alumínio (ABAL), Milton Rego. O acordo adequa o setor à Política Na- cional de Resíduos Sólidos (PNRS) e aper- feiçoa o sistema de logística reversa da lata, que promete manter muito elevado o índice de reciclagem da lata no Brasil, hoje em 95%. São mais de 350 mil tonela- das de latas, ou quase 30 bilhões de uni- dades, por ano, que geram renda de apro- ximadamente R$ 5 bilhões anuais. Entre os compromissos assumidos pelo setor estão a compra de todo o volu- me de sucata de lata disponível no merca- do doméstico, a facilitação do trabalho das cooperativas de catadores de materiais re- cicláveis e o apoio técnico tanto aos gesto- res públicos municipais e quanto aos ca- tadores. ■ ▲ A bioeconomia também tem impactos positivos sobre a imagem internacional do Brasil, onde está 20% da biodiversidade mundial 15 Revista Indústria Brasileira

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