Revista Indústria Brasileira

COP26: Somos todos parte da mudança por LUÍS BUENO Em poucas semanas, o mundo se encon- trará em Glasgow, no Reino Unido, para a COP26. Será mais uma oportunidade de bus- carmos respostas e resultados para um dos maiores desafios do nosso tempo: as mu- danças climáticas. Chegamos até aqui com uma certeza. O mais recente Relatório do Painel Intergover- namental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) afirma que o planeta atingirá ou excederá 1,5 °C de aquecimento nos próximos 20 anos, exigindo metas ambiciosas, com impacto a curto prazo. Não podemos esperar mais al- gumas décadas para capturar evoluções e mudanças necessárias. 2050 é agora. A COP26 inaugura o futuro a partir das bases definidas em Paris, em 2015. Para pro- jetar esse futuro, é indispensável agir coleti- vamente, com mobilização de governos, so- ciedade e iniciativa privada, engajados em torno do alerta sobre o tempo cada vez mais curto para a necessária mudança de rumo. Das partes negociadoras, esperam-se transparência, metas agressivas e conver- gência em torno do Artigo 6º do Acordo de Paris , para a estruturação de um mercado global de carbono regulado. Nós, setor produtivo, devemos ser parte do engajamento, com escolhas inteligentes e propostas disruptivas focadas em colabo- rar para uma economia de baixo carbono, pautada pelo avanço tecnológico do qual somos propulsores. A Suzano vem atuando nessa direção. Temos metas de remoção de 40 milhões de toneladas de CO2 equivalente até 2030; de redução da intensidade das emissões de carbono por tonelada produzida em 15% até 2030; e de oferta de 10 milhões de toneladas de produtos renováveis para a substituição de materiais de origem fóssil. Nossas frentes de inovação focam solu- ções baseadas na natureza, incluindo o de- senvolvimento de fibras têxteis a partir da biomassa, produção de lignina para aplicação em resinas e desenvolvimento de biocombus- tíveis a partir de madeira, entre outras. Felizmente, não somos um caso isola- do. O setor privado brasileiro tem grandes exemplos a apresentar para o mundo gra- ças ao seu dinamismo e à sua capacidade de adaptação. Essas características são parte de uma cultura permanente, que permitirá ao país mitigar os riscos e potencializar as opor- tunidades econômicas desses novos tempos. O Brasil irá se deparar, em novembro, com uma dupla oportunidade: a de fazer o que é certo para enfrentar a crise climática e a de se alçar ao papel de protagonista glo- bal, por sua inegável vocação como potên- cia ambiental que trará inúmeros benefícios para nossa economia e sociedade. ■ ▲ Diretor Executivo de Relações Corporativas da Suzano 46 Revista Indústria Brasileira ▶ outubro 2021 A opinião de articulistas convidadas e convidados não necessariamente reflete a da CNI. ▼ Outra visão

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