Revista Indústria Brasileira

Menos confiantes, mas ainda otimistas ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL (ICEI) REGISTRA QUARTA QUEDA CONSECUTIVA, MAS EXPECTATIVAS PARA OS PRÓXIMOS SEIS MESES SOBEM EM 22 DE 30 SETORES INDUSTRIAIS Os empresários industriais terminaram 2020 confiantes de que 2021 seria muito melhor e deixaria para trás o cenário desolador não apenas na saúde, como também na econo- mia do país. No entanto, os primeiros meses do ano mostraram que a retomada da nor- malidade e do crescimento terá mais obstá- culos do que o imaginado. O Índice de Confiança do Empresário In- dustrial (ICEI), elaborado mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu pela quarta vez consecutiva em abril, atingindo 53,7 pontos. Apesar das sucessivas quedas, o índice ainda está acima dos 50 pontos, o que significa que os empresários seguem confiantes. Um bom exemplo de quem tem razões para estar otimista está na experiência da Duratex, que viu seu quadro de fun- cionários aumentar no último ano em decorrência da ex- pansão do merca- do, commais obras, compras de móveis e equipamentos para casas, escritórios e outros ambientes. Além disso, o lucro líquido da empre- sa cresceu 232% no primeiro trimestre de 2021 na compara- ção com igual perío- do do ano passado. “Nosso setor foi um dos menos afetados pela pandemia. Tivemos um fortalecimento do e-commerce e a possibilidade de retirada nas lojas e entrega nas obras desde o início da pandemia”, explica o presidente da em- presa, Antonio Joaquim de Oliveira. Commais de 12 mil funcionários em todo o país, a Duratex atua no setor de produtos de madeira e revestimentos cerâmicos e pre- vê que os bons ventos seguirão. “Acredito em um ciclo positivo para os negócios diante de demanda forte, taxa de juros ainda em pata- mares baixos, boa execução de custos e pro- dutividade”, completa Oliveira. Esse cenário otimista é justamente o que apontou o ICEI – Resultados setoriais , também divulgado em abril. O Índice de Expectativas – que analisa o sentimento dos industriais em relação aos próximos seis meses – subiu em 22 dos 30 setores da indústria analisados: aumentou 0,9 ponto e alcançou os 58,1 pon- tos. “Por outro lado, a avaliação dos setores da indústria quanto às condições atuais das empresas e da economia brasileira, medida pelo Índice de Condições Atuais, registrou piora em 24 dos 30 setores analisados”, res- salta a pesquisa da CNI. Cinco setores da indústria que estavam sem confiança em março voltaram a ficar confiantes: celulose e papel; couros e arte- fatos; bebidas; móveis; e obras de infraes- trutura. Já os setores com as maiores altas de confiança em abril foram os de bebidas, celulose e papel e couro e artefatos. Os seto- res com as maiores quedas de confiança fo- ram biocombustíveis, outros equipamentos de transporte e manutenção e reparação. ■ ▼ “Acredito em um ciclo positivo para os negócios”, diz Antonio Joaquim de Oliveira, presidente da Duratex. 36 Revista Indústria Brasileira ▶ maio 2021 ▼ Termômetro econômico

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