Revista Indústria - Abril 22

Um Brasil para elas POR DANIELLA MARQUES CONSENTINO Os tempos são desafiadores. A crise sanitária provocou, a partir de 2020, um choque eco- nômico. Em meio a tudo isso, as mulheres foram mais afetadas porque ocupam traba- lhos menos formais, estão nos setores mais atingidos pela crise e ainda são responsáveis pelos cuidados da casa, dos filhos, dos mais velhos e dos enfermos. Vivenciei essa situação como mãe e ocu- pante de uma posição relevante no governo. Sei na pele o que é buscar caminhos de saída desse ciclo, rumo a um futuro próspero. Foi para começar uma transformação econômi- ca, social e cultural das mulheres que lança- mos, emmarço passado, o “Brasil pra Elas”. O programa é uma estratégia ampla para estimular empreendedoras. As ações envol- vem bancos, empresas, Sebrae e sociedade civil. Agir em favor das mulheres será sem- pre algo político, mas para além das dispu- tas partidárias. É preciso juntar forças. O governo federal vem atuando forte- mente nessa agenda, mas ainda há muito a ser feito, pois a solução é sistêmica: investir emmulheres muda trajetórias de cada uma delas, de suas famílias, de comunidades, de cidades e do país. Toda jornada transformadora começa com um primeiro passo. Honrando a po- sição de liderança que ocupo, estou abrin- do espaços, agendas e conversas para criar estratégias que levem à independência fi- nanceira das mulheres. Elas devem ocupar os espaços que desejam. No setor privado, as empresas aumen- taram a participação de mulheres em car- gos de liderança e desenharam estratégias robustas de ESG (como as políticas afirma- tivas de compras de empresas de mulhe- res). O desafio para o futuro é grande e es- timulante. Estamos falando de: dar maior acesso das mulheres à tecnologia; reduzir a burocracia para crédito, capital-semente, investimento-anjo e finanças de origemmis- ta (“blended-finance”); aumentar o acesso das mulheres aos mercados e clientes; trazer soluções para quem não tem conta bancá- ria ou acesso à internet; levar soluções para populações tradicionais como quilombolas e indígenas; viabilizar ações para empreen- dedoras que não têm onde deixar seus filhos na hora do trabalho; e dar oportunidades a quem está longe dos grandes centros urba- nos e àquelas que vivem nas periferias de todas as regiões do país. Se os desafios são muitos, a vontade de encontrar soluções é maior. Cada um de nós pode construir um caminho mais próximo e legítimo, no qual todo indivíduo possa so- nhar e acordar para concretizar. Convido você a conhecer o portal gov.br/brasilpraelas e a fazer parte dessa jornada. ■ ▲ Secretária Especial de Produtividade e Competitividade do Governo Federal 46 Revista Indústria Brasileira ▶ abril 2022 A opinião de articulistas convidadas e convidados não necessariamente reflete a da CNI. ▼ Outra visão

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