Revista Indústria Brasileira - Fevereiro 2022

O segundo caminho seria a permissão para que estados e municípios com maior capacidade fiscal pudessem atuar em al- guns níveis de investimento mais simples, por modelos de convênio de delegação. Eles seriam, então, autorizados a fazer peque- nas obras nas rodovias, sem que elas deixas- sem de ser federais. Para isso, é fundamen- tal buscar entes subnacionais com situação fiscal sólida para assimilar o impacto desses investimentos, uma vez que muitos deles já têm, em sua carteira de responsabilidades, estradas estaduais e municipais. A busca pelo financiamento externo em organismos multilaterais – como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco de In- fraestrutura da Ásia e o Banco de Desen- volvimento dos BRICs – seria outra solu- ção, mas exigiria uma modelagem bem precisa para garantir segurança jurídica aos investidores. “Investimento em rodovias não é uma questão de governo, é uma questão de Es- tado”, resume Zveiter. Ele acrescenta que, durante a pandemia, diversos insumos da cadeia de manutenção e construção de ro- dovias – como aço, asfalto e cimento, além de produtos como o diesel, que inflaciona o setor de transportes – sofreram aumen- tos expressivos, o que prejudica ainda mais o fôlego financeiro das empresas e impacta negativamente a retomada do crescimento econômico brasileiro. ■ *Dados estimados até novembro **Estimado com base no valor previsto no PLOA R$ 11,1 BILHÕES R$ 7,5 BILHÕES INVESTIMENTO NECESSÁRIO INVESTIMENTO REALIZADO R$ 12,2 BILHÕES R$ 7,3 BILHÕES R$ 12,4 BILHÕES R$ 5,2 BILHÕES R$ 12,3 BILHÕES R$ 4,2 BILHÕES 2019 2020 2021* 2022** ◀ Paulo Resende (Fundação Dom Cabral) lembra que apenas 13% das estradas brasileiras são asfaltadas 29 Revista Indústria Brasileira

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