Revista da Indústria Brasileira

PACTO GLOBAL NA ONU: EQUIDADE DE DISCURSOS E O FIM DA SUSTENTABILIDADE SELETIVA por MARTA CELESTINO CEO da Ebony English School, pesquisadora, Yalorixá e consultora em Inovação e Diversidade A importância das empresas do setor privado como agentes de estruturação social é tangível e ganha forma. Parti- cipei, em setembro, da conferência do Pacto Global da ONU, realizada nas Na- ções Unidas, em Nova Iorque, que de- bateu o avanço dos Objetivos de De- senvolvimento Sustentável (ODS), por meio de iniciativas de empresas, além de outros temas ligados à Agenda 2030. Neste fórum, o Brasil assumiu um pa- pel central, abordando não apenas a situação da Amazônia, o pulmão do planeta, mas celebrando as recentes vitórias políticas progressistas que ali- mentam esperanças de mudanças sig- nificativas em diversos aspectos. Pude constatar que esta delegação trouxe um perfil diferente, com repre- sentantes de grupos minorizados, mas tambémpequenos empresários compro- metidos comcausas sociais. A diversida- de de vozes abordou questões cruciais, desdemeio ambiente, saúde, educação e emprego até interação social, reve- lando a complexidade da vida cotidia- na, que exige uma reavaliação profun- da e uma nova abordagemeducacional. Eram muitas as vozes ressoando, como a dos povos originários e movi- mentos LGBTQIAPN+. Foram compar- tilhados não apenas relatos impac- tantes, mas propostas e histórias de sucesso, destacando criatividade e in- dependência. A inclusão de mulheres negras foi especialmente evidenciada, reconhecendo não apenas a materni- dade como reprodução, mas também associando-a ao poder de liderança ba- seado em vida e bem-estar. Pequenas empresas e organiza- ções não governamentais (ONGs) des- tacaram a colaboração necessária para impulsionar mudanças efetivas. Pro- fissionais experientes do terceiro se- tor têm desempenhado papel crucial ao alertar a sociedade sobre a neces- sidade urgente de mudanças e a que- bra de paradigmas. Finalmente, a conferência ressal- tou que não é suficiente para as gran- des empresas apenas desenvolverem produtos ambientalmente corretos e implementarem políticas de inclusão e equidade se elas ainda buscam vender produtos que as pessoas – e o plane- ta – não têm onde ou como armazenar, reciclar ou decompor. É imperativo re- pensar o consumo quantitativo, avaliar o fluxo de dinheiro em números e com- preender a responsabilidade associada à concentração de riqueza, consideran- do os impactos nos ecossistemas natu- rais e sociais do planeta. O evento apontou para a necessi- dade urgente de assumirmos ações efe- tivas, propondo e implementando so- luções. Aqueles que têmmais recursos têm também mais responsabilidades. O futuro desejável é o de uma socieda- de comprometida com pactos globais para manter as melhores práticas, evi- tando consequências desastrosas das desigualdades sociais, refletidas emde- sastres ambientais e problemas sociais geradores de violência e exclusão. 46 OUTRA VISÃO A opinião de articulistas convidadas e convidados não necessariamente reflete a da CNI. REVISTA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA Publicação Mensal da Confederação Nacional da Indústria - CNI www.cni.com.br CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA CNI DIRETORIA PRESIDENTE Antonio Ricardo Alvarez Alban VICE-PRESIDENTES EXECUTIVOS Josue Christiano Gomes da Silva Jose Ricardo Montenegro Cavalcante Jamal Jorge Bittar Antonio Carlos da Silva Gilberto Porcello Petry VICE-PRESIDENTES Eduardo Eugenio Gouvea Vieira Mario Cezar de Aguiar Carlos Valter Martins Pedro Ricardo Essinger Flavio Roscoe Nogueira Silvio Cezar Pereira Rangel Amaro Sales de Araujo Marcelo Thome da Silva de Almeida José Carlos Lyra de Andrade Sergio Marcolino Longen Jose Conrado Azevedo Santos e Leonardo Souza Rogerio de Castro 1ª DIRETORA FINANCEIRA Cristhine Samorini 2º DIRETOR FINANCEIRO Eduardo Prado de Oliveira 3º DIRETOR FINANCEIRO Francisco de Assis Benevides Gadelha 1º DIRETOR SECRETÁRIO Sandro da Mabel Antonio Scodro 2º DIRETOR SECRETÁRIO Edilson Baldez das Neves 3º DIRETOR SECRETÁRIO Roberto Magno Martins Pires DIRETORES Antonio Jose de Moraes Souza Filho Izabel Cristina Ferreira Itikawa José Adriano Ribeiro da Silva Luiz Cesio de Souza Caetano Alves Jorge Alberto Vieira Studart Gomes Roberto Pinto Serquiz Elias José Henrique Nunes Barreto Paulo Afonso Ferreira Gilberto Ribeiro Jandir Jose Milan Gilberto Seleme Alessandro Jose Rios de Carvalho Jorge Wicks Corte Real Alexandre Herculano Coelho de Souza Furlan Edson Luiz Campagnolo CONSELHO FISCAL MEMBROS TITULARES Hilton Morais Lima Fernando Cirino Gurgel José da Silva Nogueira Filho MEMBROS SUPLENTES Clerlanio Fernandes de Holanda Francisco de Sales Alencar Edmilson Matos Cândido DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO CNI/SESI/SENAI/IEL DIRETORA Ana Maria Curado SUPERINTENDENTE INTERINO DE JORNALISMO Rodrigo Caetano DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO FSB COMUNICAÇÃO CONSULTOR EDITORIAL Wladimir Gramacho JORNALISTA RESPONSÁVEL Rachel Mello (DF 3877/95) REPORTAGEM Vivaldo de Sousa, Aerton Guimarães e Marina Simon. ASSISTENTE DE EDIÇÃO Victor Gomes REVISÃO DE TEXTO Renata Portella PROJETO GRÁFICO Guto Rodrigues INFORMAÇÕES TÉCNICAS tel (61) 3317-9927 [email protected] Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.

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