Revista da Indústria Brasileira

combustíveis alternativos, como amô- nia, etanol e biodiesel. Umexemplo de como a Vale tempro- movido a transição energética, comenta ela, é a adoção de energia renovável com a implantação da planta de energia so- lar (Sol do Cerrado) em Jaíba (MG). “Em julho deste ano, o complexo, que repre- senta 16% de toda a energia consumida pela Vale no Brasil, atingiu a capacidade máxima de produção. Trata-se de um in- vestimento de US$ 590 milhões e é um dos maiores parques de energia solar da América Latina, com potência instalada de 766 Megawatts-pico, o equivalente ao consumo de uma cidade de 800 mil habi- tantes”, explica. “O setor empresarial brasileiro de- sempenha umpapel importante na redu- ção e na mitigação das emissões de gases de efeito estufa do país. As empresas que investemem tecnologias limpas e eficiên- cia energética não apenas reduzem seu impacto ambiental, mas também impul- sionam a economia e a competitividade do Brasil”, argumenta Vivian. Alexandre Mello, diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), diz que o setor está atualizando o inventário de emissões de carbono para apresentar na COP28. “Nosso último inventário foi fei- to em 2012/2013. Com o novo inventário, teremos alguns números para apresen- tar, mas o trabalho será finalizado em fe- vereiro de 2024”, detalha. Além disso, de acordo com ele, foi feito convênio com o Reino Unido e uma consultoria britânica para desenvolver um projeto de descar- bonização na mineração. “Esse projeto tem quatro fases prin- cipais. A primeira é um diagnóstico do “TEMOS INVESTIDO EM INOVAÇÃO, FORTALECENDO O CONCEITO DE INDÚSTRIA 4.0 IMPLEMENTADO NA REFINARIA” Marcelo Lyra (Acelen) setor. O segundo passo será identificar as oportuni- dades que nós temos. A terceira fase é de inovação tecnológica, com identificação de novas tecnologias para mudança das fontes energéticas. O quarto e últi- mo ponto é justamente a priorização dessas oportu- nidades para as empresas”, diz Alexandre. Outro exemplo é a Acelen, que reduziu a emissão de CO 2 de seus processos produtivos de combustíveis em 273 mil toneladas desde dezembro de 2021, quan- do a empresa assumiu a gestão da Refinaria de Mata- ripe. O montante equivale à plantação de 22.356 hec- tares de árvores ou a 1.196 estádios do tamanho do Maracanã. Para alcançar esse resultado, a empresa investiu R$ 60 milhões em ações de eficiência energé- tica. Além desse aporte, houve outro de R$ 1,4 bilhão no processo de recuperação, manutenção e moderni- zação da refinaria. “Em apenas um ano, reduzimos 480 GWh – economia que equivale ao consumo anual de 85% das residências do estado do Acre, que tem 900 mil habitantes”, explica Marcelo Lyra, vice-pre- sidente de ESG, Relações Ins- titucionais e Comunicação da Acelen. Segundo ele, só em eficiência energética, foram mais de 10 inicia- tivas, que envolveram troca e recuperação de sistemas, equipamen- tos e estruturas. “Nosso foco tem sido ampliar ainda mais a segurança das instalações e a efi- ciência do parque indus- trial e, ao mesmo tempo, reduzir o impacto ambiental. Por isso, temos investido em inovação, fortalecendo o concei- to de Indústria 4.0 implementado na refinaria”, completa. assinado em dezembro de 2015 ACORDO DE PARIS Os principais pontos do Transferência de tecnologia e financiamento de cerca de US$ 100 bilhões anuais entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos para a manutenção das ações contra as mudanças climáticas; Revisão do acordo a cada cinco anos; Embora não haja efetivamente uma obrigatoriedade para que os países sigam estritamente os artigos do tratado, é obrigatória o monitoramento por especialistas dos esforços despendidos por cada signatário do Acordo; A cada dois anos, as nações devem apresentar relatórios sobre a evolução que obtiveram. Manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2 °C em relação à média pré-industrial nos próximos anos. Contudo, procura-se limitar o aumento da temperatura a até 1,5 °C 15 14 Revista da Indústria Brasileira #083 CAPA

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