Revista da Confederação Nacional da Indústria

“O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta, mas suas propriedades bioquímicas ainda são pouco conhecidas”, diz a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) padronização de regras. “Isso abre a pos- sibilidade de expansão da indústria brasi- leira para novos mercados devido à nossa biodiversidade’’, disse ela durante even- to do Fórum Bioeconomia e a Indústria Brasileira, promovido pela Confedera- ção Nacional da Indústria (CNI), em 26 de novembro. Segundo a executiva, é preciso que as leis e práticas no país estejam em harmo- nia com as diretrizes internacionais, de forma a permitir a expansão dos merca- dos. Só assim, diz, o país poderá influen- ciar as negociações internacionais sobre repartição de benefícios pelo uso dos re- cursos da biodiversidade. “Tudo isso é fun- damental, especialmente para o setor far- macêutico brasileiro, que está com uma lógica de internacionalização cada vez mais forte”, afirmou Adriana Diaféria. Conforme dados do Ministério do Meio Ambiente, o país abriga 20% do total de es- pécies do planeta. São mais de 103.870 ani- mais e 43.020 vegetais já catalogados e es- palhados pelos nossos seis biomas e três grandes ecossistemas marinhos, sem con- tar os inúmeros outros organismos. “Se so- mos o país mais diverso do mundo, a gente tem muito a ganhar com repartição de be- nefícios, uma vez que temos muito o que prover’’, afirma o advogado João Emmanuel Cordeiro Lima. POTENCIAL DESCONHECIDO A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) vai na mesma linha. “O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta, mas suas pro- priedades bioquímicas ainda são pouco co- nhecidas. Os ganhos também serão imensos para o desenvolvimento da indústria brasi- leira, considerando que a exploração susten- tável desses recursos será facilitada e os be- nefícios derivados deverão ser repartidos de maneira justa entre quem provê e quem ex- plora. A importância central do acordo é a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos gené- ticos da biodiversidade”, afirma. Segundo ela, apesar do imenso pa- trimônio genético pouco conhecido, “as principais espécies comerciais exploradas pelo agronegócio nacional, como soja, mi- lho, algodão, eucalipto, bovinos e aves, ti- veram origem em outros países”. Throni- cke diz que o ser humano depende cada vez mais da diversidade biológica para a sua própria sobrevivência. “Acredito que é de interesse de todos estarmos nesse acordo. Sempre defendi que o agro e o meio ambiente devem es- tar juntos, em equilíbrio, nem mais nem menos um do outro! Só assim crescemos economicamente, preservamos com cons- ciência e levamos desenvolvimento para o Brasil e o mundo”, argumenta. “Quan- to mais conhecemos tecnicamente nossa biodiversidade, mais conseguimos prote- gê-la. O desenvolvimento sustentável vem com a fiscalização da biodiversidade exis- tente entre os países que fazem parte do protocolo”, defende a senadora. Para João Emmanuel Cordeiro Lima, “o Protocolo de Nagoia é um grande livro a ser escrito. Nós temos apenas a moldura; mui- ta coisa ainda precisa ser desenhada”. Se- gundo ele, governo e setor privado preci- sam discutir o desenho da regulamentação do protocolo. “A indústria e as entidades li- gadas à pesquisa sabem como essa exigên- cia de seguir legislações estrangeiras im- pactará seus negócios”, diz o advogado. ■ 29 Revista Indústria Brasileira

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