Revista Indústria Brasileira - Julho/22

tripartite sobre o tema – com participação de governo, empregadores e trabalhadores – prosseguiu e, em maio de 2019, a Comis- são Tripartite Paritária Permanente (CTPP) aprovou o novo texto da norma, que melho- ra a segurança jurídica e o ambiente de ne- gócios para as empresas industriais. Ainda de acordo com a CNI, a reformu- lação do Ensino Médio e a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foram outros avanços sugeridos no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 . O Servi- ço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Na- cional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a convite do Ministério da Educação (MEC) e do Conselho Nacional de Educação (CNE), participaram da etapa de análise e suges- tões para a melhoria do texto final das po- líticas públicas. As duas organizações do Sistema S foram pioneiras na implementação da formação técnica e profissional e se tornaram as prin- cipais parceiras do MEC na operacionaliza- ção desse itinerário de ensino. Paula Harraca, diretora de Futuro da ArcelorMittal e presidente da fundação da empresa, lembra que o Brasil ocupa a 57ª posição no Ranking de Competitividade e Inovação Mundial. No estudo, diz ela, a pior nota do país é no quesito educação, em que o Brasil ocupa o 64º lugar. “Existe uma forte relação entre a forma- ção dos profissionais que chegam ao mer- cado e o desempenho competitivo do nosso país. Há inúmeras variáveis que afetam esse indicador, mas a educação ainda é um im- portante ponto de atenção. Aomesmo tempo, ela é a grande solução para nos tornarmos um país mais competitivo e inovador”, afir- ma Paula, que foi palestrante no ENAI 2022 . Aumentar os investimentos em ciência e tecnologia, diz ela, é crucial para elevar a produtividade da indústria e para que o Brasil aproveite as janelas de oportunida- de abertas pela indústria 4.0, caracteriza- da pela crescente automação e pelo avanço da digitalização. “Atualmente, o Brasil investe menos de 1% do PIB em inovação, muito abaixo da mé- dia dos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Eco- nômico (OCDE), que é de 2,7%. A competi- tividade da indústria e dos outros setores da economia passa, fundamentalmente, pela educação e pelo investimento científico e tecnológico”, destaca. Paula Harraca avalia que é preciso co- meçar a mudar esse panorama. Nos dados mais recentes do PISA – avaliação interna- cional que contempla leitura, matemática e ciências –, a nota média do Brasil passou de 395, em 2015, para 400, em 2018, último re- sultado divulgado. Segundo ela, “toda crise gera oportu- nidades e não podemos sair iguais a como entramos. Se quisermos alavancar a com- petitividade do nosso país, é essencial que tenhamos um novo olhar para a educação, conectando as necessidades desse novo mundo a modelos de aprendizagem mais adequados aos tempos atuais”. Para Mônica Messenberg, o sistema edu- cacional precisa dar um salto de qualidade para formar profissionais alinhados à nova realidade do setor produtivo. “É importante fazer as reformas necessárias, de modo a en- frentar o Custo Brasil, eliminando barreiras para que nossas empresas possam compe- tir em pé de igualdade com o resto do mun- do”, diz a diretora da CNI. ■ 14 Revista Indústria Brasileira ▶ julho 2022 ▼ Capa

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