RIB_julho

1 QUAL É A IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO AMBIENTAL PARA UM CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL? A conservação ambiental é essencial para o cresci- mento econômico e social sustentável, pois, apesar das guerras e epidemias vividas pela humanidade, a popu- lação continua a crescer e a longevidade tem aumenta- do ano após ano. Assim, é importante entender o meio ambiente como fonte de alimentação, de medicamen- tos e de insumo para a indústria como um todo. Preci- samos atender nossas atuais necessidades sem com- prometer as necessidades das gerações futuras. Esse é o pensamento que deve orientar o crescimento econô- mico equilibrado com o meio ambiente e com o social. A participação do Governo, das empresas privadas e das associações sem fins lucrativos na construção de uma governança ambiental é de fundamental importância para a sociedade. O Estado deve atuar como formula- dor de políticas públicas e fornecedor da infraestrutu- ra necessária. O setor privado precisa se comprometer com práticas sustentáveis do ponto de vista socioam- biental. E a sociedade organizada deve cuidar da con- servação ambiental do meio ambiente, para as atuais e futuras gerações. 2 O QUE LEVOU AO ATUAL CONTEXTO DE RESTRIÇÕES HÍDRICAS? As restrições atuais têm origem na redução do vo- lume de chuvas nos últimos anos e no adensamento de atividades que exigem um volume maior de água dispo- nível, comprometendo, inclusive, a geração de energia, tendo em vista que nossa matriz elétrica está vinculada à água. Uma notícia boa é que o sistema de fornecimen- to de energia é interligado, fato que possibilita o forne- cimento de energia, atualmente, do Nordeste, para as regiões que sofrem escassez hídrica, como Centro-Oes- te, Sudeste e Sul, e a manutenção dos setores produti- vos, especialmente da indústria. 3 DE QUE MANEIRA ESSA SITUAÇÃO PODE AFETAR A INDÚSTRIA BRASILEIRA? A indústria brasileira de transformação, extrativis- ta, da construção civil e de utilidade pública será afe- tada, em maior ou em menor proporção, em função de sua dependência de recursos hídricos. Observa-se, en- tretanto, que a indústria vem buscando garantir sua se- gurança hídrica, mediante a identificação de fontes al- ternativas de abastecimento público, tais como reuso de efluentes tratados, captação de água de chuva, utilização de bombas flutuantes, entre outras. Mas é preciso criar estruturas que garantam o abastecimento de água e re- duzir as perdas das redes de saneamento, as quais, hoje, poderiam abastecer todo o setor industrial brasileiro, além de identificar fontes alternativas de abastecimento. 4 QUANDO A ATUAL CRISE HÍDRICA DEVE SER RESOLVIDA? O Operador Nacional do Sistema (ONS) e a Agência Nacional de Águas e Saneamento esperam chuvas para o final da temporada seca, mas há especialistas menos oti- mistas, que preveem chuvas escassas e, portanto, o agra- vamento da situação em 2022. Em 2001, o racionamen- to tornou-se realidade, mas com as chuvas de verão, as medidas foram suspensas e tudo voltou à normalidade rapidamente. Espero que se repitam as chuvas de 2001. 5 DO PONTO DE VISTA REGULATÓRIO, O QUE AINDA PODE SER FEITO? As medidas regulatórias já estão sendo tomadas no que diz respeito ao ONS e à ANA mediante redução da vazão nos reservatórios, acompanhamento das condi- ções de navegabilidade na hidrovia Tietê-Paraná e acio- namento das usinas termoelétricas, ou seja, os órgãos de Estado estão atentos e operantes. Entretanto, é necessário consultar os usuários, dentre os quais a indústria. Nes- se sentido, tudo o que puder ser feito para diminuir cus- tos de produção, como a redução de obrigações enquan- to durar a escassez hídrica, será muito bem-vindo, uma vez que manter a competitividade da indústria é funda- mental para acelerar a recuperação econômica do país. Marcelo Thomé Presidente da Ação Pró-Amazônia e do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI ▲ “Hoje estamos mais preparados para enfrentar condições adversas. Há uma redução da dependência de geração hidroelétrica e um aumento expressivo das linhas de transmissão e dos mecanismos de precificação, como as bandeiras tarifárias” 34 35 Revista Indústria Brasileira ▶ julho 2021 Revista Indústria Brasileira 5 perguntas para...

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