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Aumenta concentração na indústria brasileira ESTUDO DA CNI MOSTRA QUE SETORES COM MAIOR CONTEÚDO TECNOLÓGICO PERDERAM PARTICIPAÇÃO NO PIB INDUSTRIAL ENTRE 2008 E 2018 A indústria brasileira perdeu participa- ção de setores de bens de média e alta tec- nologia e se tornou mais concentrada entre 2008 e 2018, com maior presença de seto- res de baixa tecnologia, conforme estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma década, a participação no Produ- to Interno Bruto (PIB) industrial dos setores produtores de bens de capital e de consumo duráveis, como itens de informática e veí- culos, caiu de 23,8% para 18,7%. Esses setores são exatamente aqueles que possuem bens mais sofisticados, com alto valor agregado, e contribuem para o aumento do nível de educação e de renda, ao contratarem profissionais mais quali- ficados, explica o economista Paulo Mor- ceiro. Segundo ele, esses setores elevam a capacidade tecnológica do país por se- rem mais intensivos em pesquisa e esti- mulam o desenvolvimento de novos pro- dutos, criando novos mercados e gerando mais crescimento. “O Brasil vem perdendo espaço há al- gum tempo, principalmente nos setores tecnológicos e mais dinâmicos. Isso é mui- to prejudicial. São setores que pagam salá- rios acima da média da economia”, afirma Morceiro, que hoje atua como pesquisador na área de inovação industrial na Universi- dade de Joanesburgo, na África do Sul. “Es- tamos perdendo competitividade nesses se- tores e isso é prejudicial”, diz o especialista. Com isso, a indústria reduz seu peso na eco- nomia e contribui menos para o PIB e para a geração de empregos. ▼ Entre os setores que perderam espaço está o de metalurgia, cuja participação no PIB caiu de 9,96% para 6,67% em dez anos 26 27 Revista Indústria Brasileira ▶ julho 2021 Revista Indústria Brasileira ▼ Competitividade

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