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Visando mitigar essa carência, que não é exclusividade brasileira, a Huawei desenvol- ve, em todos os países nos quais atua, o pro- grama Tech4All – uma academia commais de 100 cursos focados em tecnologias da in- formação e comunicação. “Nossa avaliação é de que estamos formando pessoas que vão alimentar esse mercado e, assim, não ape- nas a empresa vai ser beneficiada, mas tam- bém seus clientes e parceiros”, explica. Além disso, no Brasil, a Huawei firmou um termo de cooperação com o Serviço Na- cional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para formar mão de obra especializada e in- corporar novas tecnologias ligadas ao 5G em laboratórios de pesquisa e em cursos pre- senciais e a distância. A expectativa é formar dois mil alunos até o final de 2021. A parceria inclui, ainda, qualificações nas áreas de inteligência artificial, cloud computing , FTTH ( Fiber To The Home ou fi- bra óptica) e outras tecnologias, além de três laboratórios de instalação e manuten- ção de fibra óptica em Salvador (BA), Brasí- lia (DF) e Palmas (TO). Esses espaços visam atender à geração nem-nem (adolescentes e jovens que nem trabalham nem estudam), que, no segundo semestre de 2020, atingiu a marca histórica de 29,3% da população brasileira com ida- de entre 15 e 29 anos, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo Felipe Morgado, a parceria faz parte de uma grande força-tarefa criada pela instituição para formar, até o final de 2021, 20 mil novos profissionais para a área de TI. Ele argumenta que a importância de investir em formação para essas novas tecnologias consiste no fato de elas serem transversais e não setoriais. “Inclusive, são transversais às 28 áreas industriais”, diz Morgado. PARCERIAS As parcerias em andamento permitiram ao SENAI, por exemplo, mapear uma grande demanda por programadores web e mobile . Com esse diagnóstico emmãos, neste ano já foram lançados três cursos de programação web ( front-end, back-end e full stack ), com ou- tros três de programador mobile (IOS, An- droid e multiplataforma) com lançamento previsto para agosto. Felipe Morgado explica que o SENAI in- veste tanto na requalificação de profissio- nais que estão nas empresas quanto na for- mação de novos profissionais, garantindo que estes cheguem ao mercado com as com- petências necessárias. CIBERSEGURANÇA Outra área que tem recebido grande atenção do SENAI é a de segurança ciber- nética. Isso porque, entre as três profissões de destaque do setor (programador, cien- tista de dados e analista de cibersegurança), esta última é a que conta com a maior defa- sagem entre a projeção de profissionais for- mados e a demanda do mercado de trabalho: 81,7% nos próximos dez anos. Para contribuir com a redução dessa discrepância, em dezembro de 2020, o SE- NAI inaugurou cinco academias de segu- rança cibernética nas cidades de Brasília (DF), Fortaleza (CE), Londrina (PR), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES). Os espaços con- sistem em laboratórios com infraestrutu- ra, ambiente seguro e pessoal qualificado para realização de competições cibernéti- cas, palestras, consultorias e cursos pre- senciais e online. “Formar esses profissionais exige mui- ta tecnologia e prática e o SENAI tem isso disponível. Nessas academias, o estudante pode fazer simulações hiper-realistas, pra- ticamente reais, eu diria, em que se tem um time atacando e outro defendendo. Esse processo conta com vários cenários e pode ser adaptado de acordo com o tipo de em- presa”, relata Morgado. Essa estratégia, além de contribuir para a formação em si, também torna os cursos mais atrativos, como explica Bruno Zitni- ck: “Diante do desafio de atrair pessoas para o mercado de TI, os cursos precisam ser atrativos e, para isso, a parte prática é muito importante. Outro aspecto que se apresenta como um diferencial é a pessoa, ainda durante o curso, ter contato com a re- alidade do mercado”. O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Profissio- nal e Tecnológica (Setec), também tem atu- ado para contemplar as profissões emer- gentes na estrutura educacional brasileira, especialmente por meio da constante atu- alização dos Catálogos Nacionais de Cursos, tanto técnicos como superiores, de tecnolo- gia. De acordo com o secretário Tomás Dias Sant´Ana, a última atualização ocorreu em dezembro de 2020. “O mapeamento de profissões permi- te que a oferta educacional possa estar ali- nhada às constantes evoluções tecnológicas que a sociedade tem vivenciado nos últi- mos anos. As ações do MEC têm levado em consideração esses impactos nos diferen- tes eixos tecnológicos, que também serão influenciados pelo novo contexto pós-pan- demia, demandando esforços conjuntos de todos os agentes educacionais na perspecti- va de infraestrutura e de políticas públicas”, diz o secretário. ■ ◀ O SENAI pretende formar 20 mil novos profissionais para a área de TI até o final de 2021, conta Felipe Morgado, gerente- executivo da entidade. Programador/Coder Cientista de dados Analista de cibersegurança Gestor de mídias sociais Engenheiro de software Especialista de blockchain Programador de jogos digitais Especialista em cloud Especialista em inteligência artificial Programador multimídia Desenvolvedor de sistemas Engenheiro de banco de dados PROFISSÕES EMERGENTES NA ÁREA DE TI Fonte: Profissões Emergentes na Era Digital – Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde (SENAI/UFRGS/GIZ) 20 21 Revista Indústria Brasileira ▶ julho 2021 Revista Indústria Brasileira ▼ Capa

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