Revista Indústria - MARÇO/2022

Dawisson admite que vale a pena voltar a prestar atenção à OCDE. “Mas é importante que façamos negociações assertivas, que ga- rantam um bom acordo de entrada do país na organização”, defende. Já a gerente de Comércio Exterior da CNI, Constanza Negri Biasutti, rejeita a argumen- tação de quem acredita que as condições su- geridas pela OCDE sejam draconianas, como as impostas pelo Fundo Monetário Interna- cional (FMI) aos países endividados. “Não há imposição de nada. O país é quem esco- lhe se adere ou não aos pontos apresenta- dos pela OCDE, em um processo negociado. Não existe um checklist; existem parâmetros a serem analisados”, frisou. Constanza, que acompanha de perto o processo, diz que, até junho, a OCDE deve apresentar um novo roteiro a ser analisado pelos países que desejam aderir ao grupo e, assim, o governo fará uma análise para se adaptar aos pontos elencados. ■ ◀ Segundo Wagner Parente (BMJ), a autonomia do Banco Central e o envio de proposta que regulamenta o lobby devem-se à perspectiva de entrada do país na OCDE SAIBA MAIS SOBRE A OCDE A OCDE foi fundada, em 1948, por 20 nações: Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha Ocidental, Grécia, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Em 1994, o México tornou-se o primeiro país latino-americano a integrar o clube. O Chile entrou em 2010 e a Colômbia, em 2020. Hoje a organização conta com 38 membros. Apesar do apelido de “clube dos países ricos”, a organização reúne também economias em desenvolvimento, como Coreia do Sul, Chile, México, Turquia e Colômbia. O último país a entrar na organização foi a Costa Rica, em maio de 2021 . Além do Brasil, Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia também foram convidados a iniciar as discussões para se tornarem membros efetivos. Um dos pontos fortes da OCDE é o trabalho de pesquisa e análise em áreas como meio ambiente, governança, finanças e investimento, ciência e tecnologia, indústria e serviços, tributação, comércio, anticorrupção, energia, agricultura, educação, transporte e trabalho. Em seus 60 anos de atuação, a OCDE ajudou a promover reformas e soluções multilaterais. Um exemplo é o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), estudo comparativo internacional feito a cada três anos que mede o desempenho dos estudantes na faixa etária dos 15 anos. 29 Revista Indústria Brasileira

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