Revista da Confederação Nacional da Indústria

44 Revista Indústria Brasileira ▶ fevereiro 2021 Fonte: SESI/SENAI 6.538 estudantes matriculados 78 escolas 139 turmas O NOVO ENSINO MÉDIO EM 2020: ▼ SESI/SENAI/IEL Os alunos dessa primeira turma estuda- ram gratuitamente e 81,5% vieram de es- colas públicas. O projeto foi se ampliando e, em 2020, o Novo Ensino Médio (NEM) foi ofertado em 78 escolas do SESI e do SE- NAI em todos os estados das Regiões Nor- te, Nordeste e Centro-Oeste, totalizando 22 unidades da Federação, além do Distrito Fe- deral. Foram mais de 6.538 estudantes ma- triculados em 139 turmas. Entre eles está a alagoana Kettlen Ro- cha, de 17 anos. Para ela, o mais surpreen- dente no novo modelo de ensino foi o es- tímulo dos professores à criatividade, aos debates e ao desenvolvimento de habilida- des e competências. “Eram muitos traba- lhos e a gente sempre tinha algo para fazer, para nos estimular. Eu aprendi na escola que a gente tem que sair da caixinha, tra- zer algo mais”, conta. A mãe de Kettlen, Jedsa Rocha, tam- bém comemorou a participação da filha no projeto-piloto. “Eu achei ótima a base profissional que ela recebeu. Sinto que isso abriu um leque de oportunidades”, valoriza. O curso de Eletrotécnica foi escolhi- do para as primeiras turmas após pesqui- sa de avaliação de demanda nacional por profissionais na indústria. Por atuar em diferentes segmentos com manutenção, projeto e execução elétrica e eletrônica, o técnico em eletrotécnica é um dos mais requisitados, com salário que varia entre R$ 1.700 e R$ 3.390. A formação se faz ainda mais neces- sária tendo em vista que 44,2% dos bra- sileiros de 14 a 17 anos de idade e 31,4% dos de 18 a 24 anos estão desempregados e em busca de trabalho. “Caí de paraquedas no curso técni- co, mas ele foi extremamente importan- te para me preparar para o mercado de trabalho e me ajudou a decidir que curso fazer na faculdade”, conta a baiana Laura Siqueira, de 17 anos, que começará a gra- duação em Engenharia Civil em março. De Aparecida de Goiânia, Alberto Ju- nio Novaes, de 18 anos, ainda tem dúvidas sobre a carreira a trilhar. A certeza é de que as aulas no SESI ajudaram em seu de- senvolvimento. “Fazíamos muitos traba- lhos em grupo e apresentações. Aprendi a me expressar muito melhor”, destaca. Há mais de sete anos trabalhando no SENAI, o instrutor Gabriel Queiroz rece- beu a proposta de participar do projeto- -piloto como um importante desafio em sua carreira. Pela primeira vez ele preci- sou planejar as aulas do curso de Eletro- técnica em parceria com outros profis- sionais de educação e para um público jovem e mais homogêneo. “Foi tudo novo não só para mim, mas para todos os docentes, pois o desafio de integrar de verdade é muito grande. Uma coisa é a interdisciplinaridade, mas a in- tegração que a gente compôs junto foi algo contínuo”, destaca o instrutor do SE- NAI de Feira de Santana, na Bahia.

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