Revista da Confederação Nacional da Indústria

Segundo ele, a reforma deveria reduzir a praticamente zero a tributação sobre pro- dução e circulação, concentrando a carga tributária no consumo. “Com isso, teríamos a extinção da cumulatividade e seus pesa- dos custos de gestão e insegurança”, expli- ca o advogado. Para José Ricardo Roriz Coelho, presi- dente da Associação Brasileira da Indús- tria do Plástico (Abiplast), a reforma tribu- tária é fundamental para que o Brasil volte a ter investimentos, perspectiva de contra- tação e de futuro. “Se não buscarmos uma convergência para a reforma o mais rápido possível, o país vai continuar paralisado e a população vai atribuir ao Executivo e ao Congresso a falta de capacidade de inserir as reformas”, afirma. DESVANTAGENS Ricardo Cavalcante, presidente da Fe- deração das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), reforça que o Custo Brasil é um dos principais gargalos para a melhoria da com- petitividade da economia brasileira. “Sua redução deve ser uma das prioridades das políticas públicas. É necessário que as em- presas brasileiras consigam se integrar às cadeias globais de valor com estrutura de custos compatível com os seus concorren- tes internacionais”, afirma o dirigente. Para ele, “os tópicos mais relevantes a serem en- frentados são as questões trabalhistas e de infraestrutura, a complexidade tributária, a burocracia e as restrições de financiamen- to, tanto de capital de giro como de investi- mentos”, enumera. Estudo divulgado no final de 2019 pelo Ministério da Economia estima que as em- presas brasileiras gastam R$ 1,5 trilhão a mais por ano do que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvol- vimento Econômico (OCDE) em virtude do Custo Brasil. O valor agregado desse con- junto de dificuldades estruturais, burocrá- ticas e econômicas do país representa 22% do PIB. Para as empresas, o maior peso está no emprego de capital humano, estimado pelo estudo em algo entre R$ 260 bilhões e R$ 320 bilhões anuais, seguido pelo cus- to para honrar tributos, de R$ 240 bilhões a R$ 280 bilhões. “A agenda de reformas estruturais deve ocupar o papel central das discussões eco- nômicas de 2021. Estas, se aprovadas, trarão significativo impacto à competitividade da economia brasileira, ampliando as oportu- nidades de trabalho e a geração de riquezas. A reforma tributária, por exemplo, precisa desonerar o setor produtivo e simplificar o seu processo; a administrativa deve melho- rar a eficiência na prestação dos serviços públicos; e a política deve empoderar a so- ciedade civil”, afirma Cavalcante, da FIEC. ▲ Para Rafael Lucchesi (CNI), as mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho exigemmaior qualidade na educação e mudanças na matriz curricular do ensino médio 13 Revista Indústria Brasileira

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