Revista da Confederação Nacional da Indústria

“Vamos limpar a pauta. As propostas para destravar a nossa retomada estão lá no Congresso Nacional. Temos o desafio de transformar a recuperação cíclica baseada em consumo em uma retomada sustentá- vel baseada em investimentos”, disse o mi- nistro. Na avaliação da equipe econômica, a escolha de aliados para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Fede- ral, respectivamente Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vai contribuir para o avanço das reformas. Entretanto, segundo João Carlos Mar- chesan, presidente do Conselho de Admi- nistração da Associação Brasileira da In- dústria de Máquinas (Abimaq), é também “hora de o país estruturar uma política moderna de industrialização” que permi- ta incorporar novas tecnologias da indús- tria 4.0. “Os fortes estímulos oferecidos em alguns países, a exemplo do anunciado nos Estados Unidos, poderiam nos favore- cer pelo lado externo, mas ações direcio- nadas à reindustrialização do país seriam bem-vindas”, afirma ele. “Não basta uma única ação. Entendo que são necessárias diversas ações combinadas, mas primeiramente é preciso enfrentar o desafio imposto pelo teto dos gastos e abrir espaço no orçamento para investimentos em infraestrutura e estímulos ao desenvolvi- mento tecnológico”, defende Marchesan. A ampliação de investimentos públicos, ainda que pequena, pode resultar em efeitos po- sitivos relevantes no Produto Interno Bruto (PIB) devido ao seu efeito multiplicador na economia, afirma o dirigente. Na área educacional, segundo Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnolo- gia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho exigem maior qua- lidade na educação e mudanças na matriz curricular do ensino médio, com amplia- ção da formação técnica. “Existe uma quar- ta revolução industrial e o Brasil tem enor- mes desafios para responder. Precisamos melhorar a qualidade e a produtividade do trabalho e do sistema educacional. Isso pas- sa pela ampliação da educação técnica”, su- gere Lucchesi. REFORMAS NECESSÁRIAS O economista Carlos Lopes, do banco BV, afirma que a principal lição da crise é a necessidade de aprovar com celeri- dade as aguardadas reformas estruturan- tes. “Muitas das reformas feitas lá atrás, como a trabalhista e a da Previdência So- cial, deram ao país um colchão de con- fiança dos investidores internacionais para atravessarmos este momento. A li- ção que fica é a necessidade de continu- ar avançando”, argumenta. ▲ Carlos Lopes, do banco BV, diz que os problemas vão além da tributação e da burocracia e incluem insegurança jurídica, problemas de infraestrutura e volatilidade política 10 Revista Indústria Brasileira ▶ fevereiro 2021 ▼ Capa

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