Revista Indústria Brasileira

por especialistas como o país com maior potencial para liderar, mundialmente, o mercado da bioeconomia. A aprovação, pelo Congresso Nacional, do marco regulatório da biodiversidade, que definiu regras para o acesso e o uso do patrimônio genético, foi um passo mui- to importante nessa direção. É fundamen- tal que, agora, seja construída uma política nacional, com objetivos claros, com instru- mentos adequados ao alcance das metas e com regras estáveis, que criem um am- biente seguro para investidores que dese- jem aportar recursos nessa área. Como o conhecimento é a base da bioe- conomia, uma política nacional para a área deve ter como prioridade a expansão da rede de inovação e a integração de di- versas atividades para a produção de tec- nologias e de bens de alto valor agregado. Isso requer investimentos robustos e per- manentes em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e qualificação de mão de obra. É essencial, também, a criação de linhas de financiamento, com garantias, taxas de ju- ros e prazos compatíveis com a inovação, assim como o incentivo ao capital de ris- co para empreendimentos que fazem uso sustentável dos recursos biológicos, a va- lorização dos instrumentos de proteção à propriedade intelectual e a aceleração dos processos de concessão de patentes. Outro ponto decisivo para avançarmos nessa área é a interação entre centros de co- nhecimento e empresas, para facilitar a cria- ção de produtos e processos que atendam às necessidades do mercado. É preciso, ainda, definir uma governança capaz de coordenar e garantir a eficácia das iniciativas de gover- nos, empresas, academia e de outros setores da sociedade, para viabilizar ações que favo- reçam o aproveitamento justo e sustentável da rica biodiversidade nacional. Os pilares de uma agenda de longo pra- zo foram a base do fórum de debates Bioe- conomia e a Indústria Brasileira, promo- vido neste mês, em Brasília, pela CNI. Acreditamos que os avanços nessa promis- sora seara são cruciais para o desenvolvi- mento da Amazônia, uma vez que permi- tirão combinar a conservação da floresta com o crescimento econômico e a geração de emprego e renda na região, trazendo be- nefícios para toda a sociedade. Neste momento, em que temos o com- promisso de planejar e preparar o Brasil para os desafios que enfrentaremos no pós- -pandemia, a aposta na bioeconomia pode ser uma estratégia muito eficaz para ajudar o país a alcançar um ritmo de crescimento consistente, proteger o meio ambiente, se destacar no combate às mudanças climáti- cas e ser líder mundial em desenvolvimen- to sustentável. ■ 7 Revista Indústria Brasileira

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