Revista Indústria Brasileira

A opinião de articulistas convidados e convidadas não necessariamente reflete a da CNI. ▼ Outra visão A inovação não é um setor, é uma mentalidade por DÉBORA ALCÂNTARA Recebi um convite especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para falar sobre a importância da inovação no empreende- dorismo e trazer minha experiência relacio- nada a esse universo. Desde quando come- cei a empreender, dez anos atrás, sempre tive a inovação como um dos meus focos. As marcas que criei junto às minhas irmãs no ORNA Group são reflexo de um olhar críti- co, sempre observando as necessidades do mercado e arriscando dar o próximo passo. Mas, afinal, o que significa inovar? Existem diversos conceitos para a ino- vação. No inconsciente de muitos, ela ain- da está restrita a novas soluções tecnoló- gicas, mas se ficarmos limitados a essa definição, fica difícil inovar. Os recursos muitas vezes são escassos e achamos que “inovação” é para poucos. É assim que muitas empresas deixam a inovação em segundo plano ou, no má- ximo, definem um setor de inovação para tentar criar algumas iniciativas e “forçar” ideias a surgirem dali. Mas será que esse conceito faz sentido? Na minha visão e experiência, a inova- ção é uma mentalidade, que pode (e deve) ser estimulada em toda a cultura organiza- cional. Ela não precisa ser setorizada e nem limitada a grandes investimentos tecnoló- gicos ou a alguns profissionais específicos com “superpoderes”. A inovação não é um projeto pontual e sim uma prática contínua. É possível ino- var em processos e até na forma de se co- municar. Um exemplo que nos orgulha é o ORNA Café. Ainda não tínhamos experiên- cia com marcas offline, então começamos do jeito que conhecíamos melhor: na in- ternet. O café ganhou fãs antes mesmo de abrir, conquistando futuros clientes. Cada pessoa que compõe o time de uma organização tem uma visão diferente e um repertório diferente. Segundo a Harvard Bu- siness Review, empresas com estímulo à di- versidade costumam ter funcionários mais colaborativos e dispostos. Ou seja, ser diverso é um ingrediente fundamental para quem quer inovar. Sai- ba ouvir todas as vivências e estruture ati- vidades onde cada membro busca uma pro- posta que pode ser aplicada à sua empresa. Busque referências fora da sua área. As ideias novas estão por toda parte, e se aquilo ainda não foi feito no seu setor, seja o primeiro. Lembre-se: “errar” é uma oportunidade para aprender e você não vai descobrir se não tentar. Inovar é a união de uma mente aberta a novas ideias à coragem de arriscar. Ar- riscar ser o primeiro, ser imperfeito, fa- zer sem saber se vai dar certo. Tente, ar- risque e trabalhe em cima dos resultados que atingir. ■ ▲ Cofundadora do Grupo Orna 46 Revista Indústria Brasileira ▶ novembro 2020

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