Revista Indústria Brasileira

PIB deve cair 4,2% em 2020 APESAR DO FORTE RITMO DE CRESCIMENTO NO TERCEIRO TRIMESTRE DO ANO, AS PERDAS CAUSADAS PELA CRISE DO NOVO CORONAVÍRUS SÃO A TÔNICA DA ECONOMIA O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,1% em 2019. Em dezembro do ano passado, motivado pelas esperadas re- formas que viriam nos próximos meses e pelas ações capazes de estimular o cresci- mento da economia, por parte do governo, o setor industrial projetava um aumento de 2,5% na economia em 2020. No entanto, o otimismo foi atingido, em cheio, pela pan- demia do novo coronavírus. De acordo com o relatório Informe Con- juntural: 3º semestre de 2020 , da Confedera- ção Nacional da Indústria (CNI), o PIB deve crescer 9% no terceiro semestre, mas essa alta não será suficiente para compensar as perdas totais do ano. Por isso, o PIB cairá 4,2% em 2020, segundo projeção da CNI. O encolhimento do PIB industrial deve ser apenas um pouco menor, de 4,1%. Depois de grande queda das atividades em abril, a recuperação também tem sido forte, mas deverá perder esse ímpeto no último trimestre, à medida que se aproxi- mar do patamar em que se encontrava an- tes da pandemia. Por isso, segundo o pre- sidente da CNI, Robson Braga de Andrade, não se pode confundir recuperação dos efeitos da crise com retomada do cresci- mento econômico. “Antes da crise, o país mostrava falta de competitividade, sem avanços na agenda de reformas, em especial da tributária”, diz Andrade, que tem insistido na importância da adoção de medidas anticíclicas. A CNI apresentou ao governo federal, em setem- bro, o documento Propostas para a retoma- da do crescimento econômico , com 19 medi- das elaboradas pelo setor industrial. Para a entidade, a reforma tributária é essencial neste momento pós-crise, pois o modelo atual, complexo e pouco eficiente, limita a competitividade e distorce a estru- tura produtiva do país. Além disso, segun- do a CNI, a retomada do crescimento eco- nômico depende da redução do Custo Brasil e do aumento do investimento, com foco no ganho de produtividade. EMPREGO Em termos de saldo de emprego formal, a expectativa é que o segundo semestre mos- tre retomada até novembro e que a taxa mé- dia de desocupação fique em 13,5% em 2020, ou seja, 1,6 ponto percentual acima do re- gistrado em 2019, quando alcançou 11,9% da força de trabalho. Segundo o Informe Conjuntural , os próxi- mos meses não devem trazer risco de des- controle inflacionário que possa ameaçar o alcance da meta de inflação no ano. En- tretanto, há sinais de alerta na dinâmica dos preços no varejo em função da acele- ração já registrada nos preços ao produtor. Segundo a CNI, a taxa básica de juros em baixo patamar incentiva a demanda e re- duz o custo do crédito, projetando em 2% a taxa para o fim de 2020. ■ 36 Revista Indústria Brasileira ▶ novembro 2020 ▼ Termômetro econômico

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