Revista Indústria Brasileira

créditos de carbono, isto é, US$ 24 milhões por ano, aproximadamente R$ 130 milhões, mas manter a floresta em pé é bem mais que carbono. O estoque é só um dos ser- viços. As florestas prestam os serviços de regulação climática, regulação do ciclo hidrológico e conservação da biodiversi- dade, por exemplo. 3 QUAL É O PAPEL DO BRASIL E DO SETOR PRIVADO NESSE CONTEXTO? O setor privado é peça-chave só por estar no Brasil. Nós esperamos não só os esfor- ços de reduzir as emissões das próprias atividades, mas também os impactos de suas cadeias de suprimento. Muitas vezes uma indústria, por exemplo um frigorífico, compra uma carne de origem de desmata- mento e está contribuindo para piorar as emissões. O setor privado pode ajudar na redução de suas emissões diretas e tam- bém olhar para sua cadeia de suprimen- tos. Além disso, pode investir na econo- mia da floresta em pé, seja na indústria de cosméticos, fármacos ou alimentícios pro- duzidos de forma sustentável. O governo tem que estimular novas práticas. As pre- feituras, os estados e todo o setor públi- co têm que pensar na transição para uma economia sustentável. Cada um pode ter um papel específico. Os municípios po- dem olhar para suas agendas e pensar em como estimular setores mais susten- táveis. Precisamos fechar a torneira do fi- nanciamento público para atividades que têm grande impacto ambiental. Dinheiro público e subsídios devem ir para ativi- dades que assumam compromissos com transição energética, economia de baixo carbono e sustentabilidade. Além disso, devem fiscalizar e garantir a redução dos impactos ambientais. 4 NESSE SENTIDO, QUAL A IMPORTÂNCIA DA ECONOMIA CIRCULAR E DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA? A economia circular e a transição energéti- ca andam juntas. A economia circular pro- põe uma nova forma de produzir e consumir produtos e serviços de maneira a reduzir os resíduos, a poluição e a emissão de gases do efeito estufa, que também é um dos pontos da transição energética. Esses princípios es- tão também na agenda da bioeconomia e da valorização da floresta em pé, como com concessões florestais que podem cumprir o papel fundamental de conservação e rege- neração dos ecossistemas. São abordagens importantes para pensar novas economias. 5 ESTAMOS NO CAMINHO CERTO? O Brasil tem excelentes iniciativas para pensar a transição para uma economia de baixo carbono, mas estamos um pouco longe do ideal. Tivemos retrocessos signifi- cativos nos últimos anos, no sentido de ga- rantir as políticas que diminuam impactos ambientais, mas também por continuar in- centivando atividades com alto impacto am- biental. Nossa maior fonte de emissão de ga- ses de efeito estufa é o desmatamento. Os órgãos ambientais estão sucateados e o des- matamento cresce todos os meses, especial- mente na Amazônia. Isso não significa que não temos boas iniciativas, como a das con- cessões florestais, mas não é o suficiente. ■ 35 Revista Indústria Brasileira s para...

RkJQdWJsaXNoZXIy MjE3OTE0