Revista Indústria Brasileira

percebido que o aumento de lucratividade em si. Para 47% das empresas pesquisadas, a produtividade aumentou muito. Já a lucra- tividade aumentou muito para apenas 26% dos entrevistados. Entre as pequenas empre- sas que conseguiram inovar, 37% aumenta- ram muito a produtividade, enquanto a lu- cratividade melhorou em 20% delas. Independentemente do porte, cerca de seis em cada dez empresas consideraram as mudanças realizadas durante a pande- mia como inovadoras. O grau de importân- cia dado é elevado, com ligeiro destaque en- tre as empresas de porte médio. “O conceito de inovação varia dependen- do do porte da empresa. Para uma gigante como a Magalu, por exemplo, que se trans- formou durante a pandemia, a inovação pas- sa por novos produtos, gestão e uma nova relação com os clientes. Por outro lado para uma lavanderia, por exemplo, a mera cria- ção de um site que agende os pedidos já é um salto”, afirma Alan Costa, fundador da Produzindo Digital, que tem como missão au- xiliar empresas a vender na internet. Foi o que ocorreu com Caroline Feital, do Instituto Caroline Feital , que tinha um nome já consolidado nas aulas de inglês e traba- lhava com outros dois professores. O trio atendia 80 alunos, aproximadamente. Com a pandemia, ela viu-se obrigada a investir emmarketing de conteúdo para as redes so- ciais e em aulas virtuais pelas plataformas de streaming. “Hoje estamos com 22 profes- sores e 300 alunos. Além disso, no começo só ensinávamos inglês. Agora, ensinamos seis idiomas”, conta Caroline. No setor industrial, a Provest, a maior empresa do país na produção de unifor- mes profissionais e Equipamentos de Pro- teção Individual (EPI´s), é um exemplo de como apostar em inovação pode gerar bons resultados mesmo que eles venham de onde menos se espera. Como a empre- sa adota um sistema de planejamento quin- quenal, a direção já havia decidido, para o período 2016-2020, apostar em inovação e tecnologia e inserir a Provest no caminho da indústria 4.0. Durante a pandemia, eles foram os primeiros a produzir máscaras de pano contra covid-19, diante da escassez de máscaras PFF2 e da necessidade de uso da proteção por conta do aumento dos casos. “Quando você sai na frente, você bebe água limpa”, ensina o diretor de Inovação da em- presa, Victor Araújo. A diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio, alerta para a necessidade de as em- presas olharem esse setor com mais aten- ção. “Inovação é fundamental no processo de recuperação das empresas e de retoma- da da economia. Quem não inovar, não vai acompanhar essa evolução da indústria e se tornar mais competitivo e mais pro- dutivo”, destaca. Para Igor Calvet, a ABDI, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Congresso Nacional podem impulsionar o desenvolvi- mento, mas cada empresa terá o seu mode- lo específico de inovação. Outro ponto que não há como prever é a velocidade dessas mudanças. Muitos dizem que a pandemia acelerou a inovação digital, que levaria uma década para ocorrer. “Definir prazos é com- plicado, porque a inovação acaba afetando diversas áreas”, diz Calvet.■ ◀ "Inovação é fundamental no processo de recuperação das empresas e de retomada da economia”, diz a diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio 29 Revista Indústria Brasileira

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