Revista Indústria Brasileira
A primordial tarefa de inovar ▶ Robson Braga de Andrade empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) O ser humano é a única criatura no pla- neta a sentir o prazer da invenção. Essa vontade de criar, de ver o novo surgir a partir da aplicação da inteligência para resolver problemas cotidianos, foi funda- mental para a evolução das sociedades. A inovação é o verdadeiro motor que está por trás da magnífica aventura de homens e mulheres ao longo dos séculos. Sem esse impulso de conceber uma ideia e torná- -la realidade, provavelmente ainda esta- ríamos nas cavernas, caçando e coletan- do alimentos, lutando com dificuldade pela sobrevivência. Diante do surgimento de pandemias assustadoras, como a da Covid-19, e da persistência de crônicos obstáculos ao crescimento econômico e à melhora das condições de vida da população, estimular o espírito inovador é primordial para con- tinuarmos avançando. O incentivo deve permear todas as atividades privadas, na família, nas escolas, entre os amigos e nos locais de trabalho, mas é imprescin- dível que essa atitude diligente seja ado- tada, sobretudo, pelo poder público, que tem a presença e a força necessárias para mobilizar um país. Criando produtos e serviços inovado- res, que empurrem um pouco mais os li- mites de uma realidade já em constante mutação, as empresas podem não só ofe- recer o que os consumidores querem, mas até mesmo abrir mercados nunca antes imaginados. Foi assim que aconteceu, por exemplo, com o dispositivo eletrônico que simboliza a revolução tecnológica atual: os aparelhos celulares supriram a necessida- de que existia de melhorar a comunicação entre as pessoas e estabeleceram um ni- cho de atuação empresarial que gera tri- lhões de dólares. Todo negócio começa a partir de ideias. Apoiar o surgimento dessas concepções abstratas e sua concretização deve ser uma missão do sistema educacional e dos governos. Os países que almejem consoli- dar um ambiente de crescimento econô- mico e de prosperidade têm que instituir uma sólida política de ciência, tecnolo- gia e inovação. Ela deve contemplar in- vestimentos públicos em pesquisa, am- plos instrumentos de crédito, incentivos fiscais e uma duradoura cooperação en- tre organizações públicas e privadas, en- tre outros fatores. Com o objetivo de impulsionar o espí- rito inovador nas indústrias brasileiras, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) instituiu e coordena, há 13 anos, a Mobi- lização Empresarial pela Inovação (MEI), reunindo cerca de 400 líderes das empre- sas que mais investem em inovação no Brasil. Nesse período, a entidade promo- veu a união de esforços entre a academia, o setor produtivo e instituições públicas na construção de uma política de ciência, tecnologia e inovação consequente, que possa assegurar progressos nessa área. O Sistema Indústria está totalmente em- penhado nessa tarefa. Os 26 Institutos SE- NAI de Inovação construídos até agora, em todo o país, promovem pesquisas aplica- das às reais necessidades das indústrias, empregando o conhecimento para ajudar as empresas a desenvolver produtos e so- luções inovadoras. Esses institutos, as de- mais unidades do SENAI e as do SESI pres- tam um inestimável serviço de qualificação profissional, educação de excelência e me- lhora da competitividade da nossa econo- mia. Instigando a inovação, ajudamos o país a avançar, com firmeza, em direção ao desenvolvimento econômico e social. ■ 6 7 Revista Indústria Brasileira ▶ setembro 2021 Revista Indústria Brasileira ▼ Artigo do Presidente
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