Revista Indústria Brasileira
Mais emprego na indústria NÍVEL DE EMPREGO INDUSTRIAL REGISTRA O MAIOR CRESCIMENTO EM UM ANO DESDE 2010 E PRODUÇÃO SE APROXIMA DOS NÚMEROS PRÉ-PANDEMIA O emprego industrial cresceu 0,5% em ju- lho e completou doze meses de altas con- secutivas, segundo a pesquisa Indicado- res Industriais , da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre agosto de 2020 e julho de 2021, o emprego aumentou 7%, o maior crescimento em um ano desde outubro de 2010. Os dados mostram, ainda, que a Utiliza- ção da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 82,3% em julho de 2021, queda de 0,3 pon- to percentual em relação ao mês anterior, e alta de 6,1 pontos percentuais na compa- ração com julho de 2020, quando a indús- tria retomava suas atividades após a para- lisação provocada pela pandemia. Marília Gabriela Elias da Silva, gerente- -executiva de Pesquisa e Avaliação e econo- mista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), diz que o bom desempenho do setor industrial em 2021 tem se aproximado do nível de produ- ção anterior à pandemia. Hoje, a produção do setor industrial encontra-se apenas 2,1% abaixo do observado em fevereiro de 2020. Conforme dados da pesquisa industrial mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria brasileira acumula um crescimento de 11% nos sete primeiros meses do ano, puxado pela alta de 12,3% das indústrias de transformação, detalha Marília. Entre as atividades com melhor desempenho estão a de fabricação de máquinas e equipamentos, a de artigos de vestuário e acessórios, a de produtos têx- teis e a de artefatos de couro. Com o risco de racionamento de energia, a alta nos juros e as incertezas políticas, po- rém, as perspectivas para os próximos me- ses são de desaceleração, mantendo a ten- dência dos últimos dois meses, avaliam as economistas Sílvia Matos e Marina Garrido, do Instituto Brasileiro de Economia da Fun- dação Getulio Vargas (Ibre-FGV). “Além da falta de insumos eletrônicos, que deve durar mais tempo, dada a piora do cenário pandêmico na Ásia, temos ou- tros desafios específicos do nosso país, a exemplo da alta geral no preço de insumos e energia elétrica, a alta nos juros, a pio- ra das condições financeiras, a diminui- ção da demanda interna e a mudança do vetor de consumo de bens para serviços”, diz Sílvia Matos. No segundo trimestre, conforme dados do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 0,1% na comparação com o primeiro trimestre. A maior queda veio da agropecuária (-2,8%), seguida pela in- dústria (-0,2%). Já os serviços cresceram 0,7%, enquanto o consumo das famílias ficou estagnado. ■ Jul 21/Jun 21 (dessazonalizado) Emprego Horas trabalhadas na produção Faturamento real¹ Massa salarial real² Rendimento médio real 0,5 0,3 -0,4 -2,3 -3,1 Deflator: IPA/OG-FGV Deflator: INPC-IBGE Fonte: Indicadores Industriais/CNI EMPREGO INDUSTRIAL CRESCE 0,5% EM JULHO ▶ A fabricação de artigos de vestuário e acessórios é uma das principais responsáveis pelo crescimento da produção industrial brasileira em 2021 36 37 Revista Indústria Brasileira ▶ setembro 2021 Revista Indústria Brasileira ▼ Termômetro econômico
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