Revista Indústria - agosto 2022

No campo energético haverá, segundo ele, foco na utilização de hidrogênio como fonte de energia, especialmente de hidrogê- nio verde, que demanda o uso de energia so- lar, eólica e de biomassa, com muitas opor- tunidades para a indústria brasileira. “Nessa área específica, vários países es- tão com diversas tecnologias em desenvol- vimento. Esse é um posicionamento estra- tégico que o Brasil pode ter no mundo num curto espaço de tempo”, argumenta ele. Para a bioeconomia, que contribui para reduzir as emissões de carbono, a ideia é desenvolver pesquisas e projetos de produ- tos a partir da biodiversidade do oceano e dos biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. “Estamos na década do oceano e temmui- to fundo de investimento ESG para ocea- nos. Plásticos nos oceanos, por exemplo, é uma temática muito forte hoje no planeta”, exemplifica Gomes. O terceiro pilar é a economia circular, com foco em projetos de alto impacto, in- cluindo o desenvolvimento de embalagens que utilizem menos plástico, o reaproveita- mento de materiais na reciclagem de pro- dutos e de embalagens e as soluções de lo- gística reversa. "São muitas as demandas e as oportunidades. Podemos desenvolver projetos estratégicos com instituições e empresas europeias e brasileiras. Há mui- tos recursos disponíveis para esse tipo de pesquisa”, resume. O quarto pilar é a manufatura avança- da. A Alemanha é o berço da Indústria 4.0 e detém conhecimento avançado não apenas em tecnologias como IoT, inteligência arti- ficial, computação na nuvem e manufatura aditiva, mas também na formação de capi- tal intelectual e lideranças para uma econo- mia mais sustentável, tendo a digitalização como tecnologia habilitadora. Além dos quatro pilares citados, outro tema estratégico para a atuação interna- cional é o aeroespacial, escolhido porque o Brasil detém conhecimento na área: em São Paulo, especialmente em São José dos Cam- pos, sede da Embraer e do Instituto de Tec- nologia Aeronáutica (ITA), e em Santa Cata- rina, onde foi instalado o Instituto SENAI de Inovação em Sistema Embarcados, respon- sável pelo desenvolvimento de projetos nas áreas de nano satélites e de sensoriamento. Gomes destaca, ainda, que a internacio- nalização permite intercâmbio de ideias e de experiências. “Além de atrair talentos, traba- lhar com pessoas que estão anos luz à frente é um aprendizado. Desenvolver, operar e in- tegrar um satélite, por exemplo, exige anos e anos de informação”, analisa. Em relação à China, explica Gomes, os estudos e as negociações ainda estão no co- meço. A instalação do escritório, segundo ele, foi uma solicitação da CTG Brasil. “É um grande parceiro, com o qual já fi- zemos chamadas de projetos de inovação que resultaram na montagem de mais de R$ 100 milhões em projetos. Eles pediram que o SENAI aumentasse o relacionamen- to com institutos de pesquisa e inovação chineses, o que é de nosso interesse. A es- truturação de uma representação na China ▶ Diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI, Jefferson Gomes, diz que parcerias podem gerar oportunidades em biodiversidade e reciclagem 20 Revista Indústria Brasileira ▶ agosto 2022 ▼ Capa

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