Revista Indústria Brasileira - Maio 22

Rumo à digitalização QUASE 70% DAS EMPRESAS BRASILEIRAS ADOTAM TECNOLOGIAS DIGITAIS EM SUAS ATIVIDADES, MOSTRA PESQUISA FEITA PELA CNI A indústria brasileira avançou no proces- so de digitalização das respectivas cadeias de produção. É o que aponta a Sondagem In- dústria 4.0 , realizada pela Confederação Na- cional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, feito com 1,6 mil empresas, 69% delas adotam ao menos uma tecnologia digital em suas atividades. Em 2016, eram 48% das empresas, considerando uma lista com 10 tipos de tecnologias. Outra boa novidade é o aumento no uso de tecnologias que permitem maior cus- tomização de produtos. Por exemplo, o uso de automação com sensores que per- mite linhas flexíveis de produção mais do que triplicou, passando de 8%, em 2016, para 27%, em 2021. Se, por um lado, os números são pro- missores, por outro, eles precisam ser vis- tos com cautela. O levantamento mostra que 31% das empresas não adotam qualquer tipo de tecnologia digital. Para a gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha, o avanço reflete um maior conhecimento das empresas sobre a importância de usar a tecnologia digital para sua competitividade. Ela destaca, contudo, que o uso não é linear, sendo maior em in- dústrias que já possuem uma cultura de de- senvolvimento e inovação. “Estamos em uma fase inicial do processo de digitaliza- ção, com a maioria das empresas industriais utilizando uma baixa quantidade de tecno- logias digitais”, diz. Samantha lembra que a transformação em 4.0 pode ser feita gradualmente pelas empresas. Já há empresas com um proces- so fabril mais inteligente commáquinas que se comunicam entre si. Mas, no caso de em- presas médias e pequenas, as dificuldades para essa transição são maiores”, diz. Segundo ela, a adoção da nova tecnologia pode ser feita por etapa da produção, consi- derando o planejamento regular das empre- sas. A gerente da CNI lembra que indústrias 4.0 são mais eficientes, reduzem desperdí- cios e entregam produtos de melhor quali- dade aos consumidores. “Não é apenas a in- dústria que sai ganhando com esse processo. A economia como um todo tem um salto de qualidade”, explica Samantha. O coordenador de Engenharia de Produ- ção da TSEA Energia, Guilherme Daniel Fer- reira Gomes, não se arrepende do processo 26 Revista Indústria Brasileira ▶ maio 2022 ▼ Competitividade

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