Revista Indústria - Abril 22

no momento de viver o American Way of Life , um sonho de realização cosmopolita. Mas as grandes mudanças ficaram [só] na esfera da urbanização. A riqueza passou a ter, ao seu lado, a multiplicação da pobreza”. Já o cientista político Jairo Nicolau desta- cou que a trajetória brasileira até a democra- tização não difere do que foi experimenta- do por outras nações. “Toda a configuração que vimos de democracia moderna passou a acontecer depois de 1945”, pontuou. Ao trazer o debate para os dias atuais, o cientista político José Álvaro Moisés disse acreditar que o Brasil atravessa ummomen- to de grande ameaça ao princípio democrá- tico, e exemplificou com o questionamento do processo eleitoral feito pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele ainda chamou a aten- ção para a presença de militares na políti- ca. “Essa interferência é um problema per- manente ao longo da democracia brasileira e coloca uma dúvida sobre o funcionamen- to do sistema”, alertou. Por fim, o sociólogo e cientista político Bolívar Lamounier foi enfático ao afirmar que, para crescer tanto quanto gostaríamos, o Brasil precisa curar algumas feridas, como a baixa diversificação de mercados e produ- tos no comércio exterior, o sistema presi- dencialista, a alta fragmentação partidária e o patrimonialismo. O CICLO CONTINUA No dia 27 de abril ocorreu o segundo seminário, na sede da Federação das In- dústrias do Estado de São Paulo (FIESP). O evento debateu desenvolvimento econômi- co e sustentabilidade e contou com as pre- senças: do presidente da FIESP, Josué Go- mes da Silva; da empresária e fundadora do Magazine Luíza, Luíza Trajano; do CEO da GranBio, Bernardo Gradin; do presiden- te do Instituto Amazônia+21, Marcelo Tho- mé; e do economista Paulo Gala. Os próximos encontros serão nos dias 4 de maio (desenvolvimento social), 11 de maio (desenvolvimento industrial, científico e tec- nológico) e 1º de junho (educação e cidada- nia). Todos os seminários acontecem das 10 h às 12 h (horário de Brasília) e são transmi- tidos ao vivo no canal da CNI no YouTube. ■ Governo Getúlio Vargas: investimento público e privado na indústria. 1930-1945 Aumento da presença de multinacionais no Brasil. Produção de bens de consumo duráveis. 1955-1960 Crise da dívida externa, inflação, estagnação econômica e reserva de mercado para a informática. Década de 1980 crescimento e desenvolvimento industrial. A partir de 2001 Fundação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 1930-1945 Crescimento acelerado da economia e do setor industrial (“Milagre econômico”). Investimento em obras de infraestrutura. 1960-1960 Plano Real, aprofundamento da abertura e reformas econômicas. 1994 Primeira Guerra Mundial: substituição de importações. 1914-1918 33 Revista Indústria Brasileira

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