Revista da Indústria Brasileira

RETOMADA DO PROTAGONISMO DA INDÚSTRIA NOVO PRESIDENTE DA CNI DEFENDE O INÍCIO DE UMA NOVA ERA PARA O SETOR INDUSTRIAL, COM MAIS COMPETITIVIDADE E PRODUTIVIDADE R icardo Alban tomou posse como novo presiden- te da Confederação Nacional da Indústria (CNI) numa cerimônia realizada em 31 de outubro, em Brasília, com a presença de diversas autoridades. Alban sucede ao empresário Robson Braga de Andra- de, presidente da entidade desde 2010, paramandato de quatro anos (2023-2027) à frente da nova diretoria. O novo dirigente defendeu, na ocasião, o início de uma nova era de industrialização para o Brasil, e afirmou que sua prioridade será a retomada do pro- tagonismo da indústria como motor do desenvolvi- mento econômico e social do Brasil. “Depois de anos de declínio, temos uma oportuni- dade única, talvez a última dessa geração, de revitalizar o nosso setor e dar ao Brasil tudo o que uma indústria forte e dinâmica pode entregar a um país: desenvol- vimento econômico e social sustentável, com inova- ção e geração de empregos de alta qualidade”, disse. Alban, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), foi eleito em 3 de maio deste ano, em votação unânime, na chapa compos- ta por cinco vice-presidentes-executivos, um de cada região do país: Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP); Ricardo Cavalcante, presidente da Federa- ção das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC); Jamal Bittar, presidente da Federação das Indústrias do Dis- trito Federal (FIBRA); Antonio Carlos Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM); e Gilberto Petry, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). No discurso de posse, ele descreveu a atual con- juntura do país como bastante favorável, com um go- verno e um Congresso novos, dispostos a apoiar a neoindustrialização, e enumerou as oportunidades que podem advir desse contexto. “Avanços tecno- lógicos, digitalização da indústria 4.0, nova econo- mia verde e revisão geopolítica das relações comer- ciais abrem oportunidades inéditas para a indústria no Brasil. Não podemos desperdiçá-las”, argumentou. COMPROMISSOS E PROTAGONISMO A posse contou com a presença de diversas au- toridades, incluindo o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ambos destacaram a importância da indústria para o desen- volvimento do país e comprometeram-se com políti- cas públicas que melhorem o ambiente econômico e promovam a inovação. Alckmin aproveitou o momento para enfatizar o compromisso do governo federal com a neoindus- trialização. “Já instalamos o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial e estamos trabalhando em uma nova política industrial. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá R$ 60 bilhões para inovação, pesquisa e desenvolvi- mento e digitalização, além dos recursos não reem- bolsáveis”, disse. Arthur Lira falou do papel da CNI no desenvolvi- mento do país e afirmou que a Câmara dos Deputados trabalhará na formulação de políticas públicas e me- lhorias legislativas que contribuam com um arcabou- ço legal que traga segurança jurídica e remova entra- ves ao crescimento de diversos setores da economia. “É obrigaçãomoral reconhecer a contribuição da CNI e da indústria para o país. Em2022, a indústria era quase 24%do PIB. É responsável por milhares de pos- tos de trabalho e pelo recolhimento de grande parte dos impostos, que sustentamo setor público. Por isso, enfatizo a relevância do setor e a necessidade de apoiá- -lo de todas as formas possíveis”, disse o parlamentar. O ex-presidente da CNI, Robson Braga de An- drade, fez um balanço de sua gestão, destacando a contribuição da entidade para as reformas estrutu- rais e o papel do Serviço Social da Indústria (SESI), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) na promoção da ex- celência e no combate à pandemia de Covid-19. Andrade também abordou os gargalos que o país ainda precisa enfrentar, entre eles a burocracia e os entraves ao crescimento da economia. “Os governos devem adotar uma mentalidade mais voltada para a redução do enorme ônus de se produzir aqui. O Cus- to Brasil retira cerca de R$ 1,7 trilhão das empresas por ano no país. É preciso facilitar a vida das nossas empresas, sem as quais não se cria os valiosos em- pregos que trazem tranquilidade e prosperidade para as famílias”, afirmou. Da esquerda para a direita, Ricardo Alban, Geraldo Alckmin, Arthur Lira e Robson Braga de Andrade participam da posse da nova diretoria da CNI 25 24 Revista da Indústria Brasileira #083 NOVO PRESIDENTE

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