Revista da Confederação Nacional da Indústria

ajuda na sua recuperação. O Congresso, de maneira geral, pode avançar muito na dis- cussão de lacunas legislativas. Há uma le- gislação boa, ampla, mas temos problemas seríssimos de lacunas que fazem com que a gente tenha uma grande impunidade na área ambiental. O Congresso pode ajudar tam- bém garantindo marcos regulatórios impor- tantes para que a gente possa trazer novas soluções para esses desafios já conhecidos. Projetos que estabeleçam, por exemplo, um novo marco regulatório para o mercado de carbono e que possam dar segurança para setores que querem investir e que querem compatibilizar o desenvolvimento com pro- teção ambiental. O Congresso tem o desafio de criar uma agenda positiva que estabele- ça um equilíbrio entre comando e controle. De que maneira a frente ambiental vem trabalhando para construir essa agen- da? Nós fazemos debates semanais, esta- mos com uma lista de projetos prioritá- rios que gostaríamos que fossem votados e buscamos acordos nesses textos. Então, vamos trabalhar para que essa lista seja vo- tada nas próximas semanas e meses e que a gente possa avançar. Sabemos que, para a questão ambiental, da sustentabilidade, não bastam projetos de lei, mas também precisamos construir políticas públicas. O desafio é muito maior do que aprovar pro- jetos de lei. Nós precisamos que as estru- turas ambientais do país sejam fortes para que a gente possa enfrentar esses desafios. Nós estamos começando a sofrer pressões externas muito intensas por conta de con- flitos sociais e ambientais e isso pode im- pedir a geração de empregos aqui e preju- dicar a indústria nacional. Qual a importância da bioeconomia para o desenvolvimento sustentável? Temos seto- res da bioeconomia que são bem desenvol- vidos, como é o caso do álcool, da indústria de cosméticos e da indústria da biomassa, mas ainda temos setores em situação muito embrionária. O Brasil precisa investir em ciência e tecnologia. Os recursos destina- dos à pesquisa são muito ruins e todo o sis- tema de patentes também é muito falho. O Brasil detém 20% das espécies vivas da Ter- ra, então com certeza deveria ser o país líder em investimentos em bioeconomia e bioin- sumos. Mas isso não acontece. Como mudar essa realidade? É muito im- portante que o Brasil trabalhe para criar um ambiente seguro para quem quiser in- vestir em bioeconomia no país. Isso não existe, mas é um tema que cresce todo dia; o mundo inteiro está de olho nisso. O Bra- sil já regulamentou sua lei de acesso aos re- cursos genéticos, aprovamos o Protocolo de Nagoia e esses mecanismos criam um am- biente um pouco mais seguro para inves- timentos. Precisa ter financiamento para isso e recursos para pesquisa. ■ ▲ O orçamento precário da maioria dos municípios brasileiros torna mais difícil uma gestão adequada de resíduos urbanos, diz Agostinho 35 Revista Indústria Brasileira

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