RIB_julho

Uma realidade exigente, mas fascinante Omundo do trabalho, assim como os de- mais campos da atuação humana, foi sacudi- do pela pandemia da Covid-19, que obrigou empresas e trabalhadores a reformularem rotinas e processos produtivos. Isso acon- teceu exatamente quando as profissões já experimentavam grandes transformações, causadas pela digitalização da economia. A junção desses dois fatores deve não só con- solidar as mudanças daqui por diante, como aprofundá-las, com enorme impacto em to- das as ocupações. O que as pessoas se acostumaram a cha- mar de trabalho, ao longo de séculos, geral- mente envolvia sair de casa para se juntar a colegas num espaço determinado, como um escritório ou uma fábrica centralizada, para usar equipamentos manuais, durante uma jornada diária delimitada. Tanto a 4ᵃ revolu- ção industrial (Indústria 4.0) quanto a pan- demia estilhaçaram essa visão tradicional, exigindo, dos profissionais, cada vez mais flexibilidade, iniciativa, espírito inovador e capacidade de adaptação. Realidades que passaram a integrar os ambientes físico e virtual, por meio de tec- nologias digitais – como a internet das coi- sas, o big data e a inteligência artificial – são a tônica desse novo momento, marcado pela velocidade impressionante na troca e na ab- sorção das informações. Ao mesmo tempo em que algumas funções ficam obsoletas, até a ponto de enfrentarem a extinção, mui- tas terão suas bases transfiguradas, enquan- to outras surgirão, num exemplo claro de destruição criativa. Essa tendência é mostrada no estudo Pro- fissões Emergentes na Era Digital: Oportu- nidades e desafios na qualificação profissio- nal para uma recuperação verde , feito pela Agência Alemã de Cooperação Internacio- nal, em parceria com o SENAI e o Núcleo de Engenharia Organizacional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Numa pers- pectiva interessante para os jovens, o traba- lho identificou 53 ocupações que ganharão importância em até 10 anos, em quatro seg- mentos afetados pela digitalização. Na era da economia do conhecimento, a educação formal precisa ser interdisciplinar e dinâmica, aproximando-se do mundo do trabalho, como está sendo feito com a ado- ção gradual do novo ensino médio no Bra- sil. A educação profissional deve, cada vez mais, se voltar para o futuro, aumentando as oportunidades dos alunos no exigente, mas fascinante, mercado de trabalho dos próxi- mos anos. Qualificação é, agora e sempre, fundamental para o desenvolvimento pes- soal e tecnológico. O investimento em educação profissio- nal será, portanto, crucial para o aumento da competitividade da economia brasilei- ra, para a retomada do crescimento em um ritmo mais vigoroso e sustentado e para a criação de melhores oportunidades de em- prego no cenário pós-pandemia. Também será indispensável para o pleno exercício da cidadania e para a ascensão social de uma grande quantidade de jovens brasilei- ros que, hoje, ainda precisam superar gra- ves obstáculos para se inserir na economia. Com trabalho sério e dedicado, o Sistema Indústria tem consciência de seu papel nes- se esforço nacional. O SENAI e o SESI estão na vanguarda das mudanças na educação brasileira, com redes de ensino de compro- vada excelência, dando esperança de obter melhores condições de vida a milhares de jovens. O entusiasmo com que os profissio- nais de nossas escolas se debruçam sobre essa tarefa e o afinco com que nossos alu- nos estudam são exemplos do que o Brasil pode oferecer de melhor. ■ 6 7 Revista Indústria Brasileira ▶ julho 2021 Revista Indústria Brasileira ▶ Robson Braga de Andrade empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ▼ Artigo do Presidente

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