Revista Indústria - MARÇO/2022

Passaporte para o desenvolvimento ÀS PORTAS DA OCDE, BRASIL SE PREPARA PARA SER MAIS COMPETITIVO E NEGOCIAR DE IGUAL PARA IGUAL COM AS GRANDES POTÊNCIAS O Brasil deu mais um passo – desta vez, um muito importante – para sonhar com a en- trada no seleto grupo de nações que inte- gram a Organização para a Cooperação e De- senvolvimento Econômico (OCDE). No dia 26 de janeiro, os ministros da OCDE apresen- taram uma carta-convite ao país, sinalizan- do que as negociações, que começaram há muito tempo e se intensificaram desde 2017, enfim, começam a gerar frutos. Integrar a OCDE é uma chancela de que o país oferece um ambiente saudá- vel para negócios, propício para a atração de investimentos, e é um player competiti- vo no âmbito global. O Brasil era conside- rado parceiro-chave da OCDE desde 2012 e pediu formalmente para integrar o grupo em 2017. País-candidato mais convergen- te com os instrumentos legais da organiza- ção, entre os atuais pretendentes, o Brasil aderiu a 103 dos 251 instrumentos do blo- co, conforme painel de monitoramento elaborado pela CNI. Em recente artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo , o presidente da Con- federação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, celebrou o avanço considerável que representa o es- tágio atual das negociações com o orga- nismo multilateral. “Ele traz uma perspectiva concreta de mo- dernização da governança, da regulação de setores da atividade econômica e das polí- ticas em diferentes áreas, como tributação, comércio, investimentos, inovação, meio ambiente e ciência e tecnologia”, escreveu. Isso porque, na opinião do setor produtivo, a OCDE não é só um clube formado pelos países ricos, mas um fórum de boas práticas que auxilia os diversos governos integrantes a formular políticas eficientes para os cida- dãos e para as empresas. “Ser membro dessa instituição significa sentar-se à mesa com diversas nações, en- tre elas as desenvolvidas e, assim, não só se beneficiar do contato com bons exemplos, mas também influenciar na elaboração de recomendações adotadas internacionalmen- te”, analisou o presidente da CNI. Para que o país seja finalmente aceito na OCDE, ainda é preciso vencer algumas eta- pas, mas já aderiu a 41% dos instrumentos de validação exigidos pelo organismo mul- tilateral com sede em Paris, o que o coloca em uma posição privilegiada. 26 Revista Indústria Brasileira ▶ março 2022 ▼ Competitividade

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